Elucidações em torno da categoria de cultura e de factos culturais/fenómenos
19 Fevereiro 2019, 10:00 • Luís Filipe Sousa Barreto
Aula 7
19-02-201
Os humanos são observadores observados. Todos somos Outros e os Outros não são fac-similes, nem antípodas mas identidades diferenças como nós. Os factos culturais são coisas/palavras, formas/representações, que fornecem o ambiente (normas/desvios) de orientação das ações, a constituição humana. Uma “definição aberta” de cultura, um “fenómeno impreciso” (a cultura, não medida mas forma) que é preciso seriar, comparar, delimitar, etc.
O substantivo cultura de meados do s. XVII em línguas latinas, aos finais do s. XVIII alemão, francês, e em inglês no s. XIX como definição etnológica. A cultura/cultivo do espirito em latim e línguas latinas. As palavras como designação/classificação com diferentes explicações. Um mesmo significante e a variação de significados.
A predominante pluralidade/heterogeneidade das culturas e o núcleo de Homogeneidade. O viver, praticar, ter a verdade das culturas a partir de dentro (endotópico) e o ver a partir de fora (exotópico). Os campos, grupos, indivíduos em interação cultural como ambivalentes em tensão. Endotópico/exotópico são posições – fronteiras oscilantes e dialogais. As interações – relações transculturais vivem o máximo dessa oscilação/diálogo.
Para conhecermos uma cultura, culturas, relações transculturais temos de analisar os modos e as formas de cada uma e as relações – trocas – passagens entre elas. Cultura implica culturas, identidade implica diferença e todos (culturas, campos, grupos, indivíduos) temos sempre múltiplas identidades.
Bibliografia mencionada:
Geertz, Clifford – *Available Light*, Princeton, Princeton U. Press, 2000
Sahlins, Marshall – Apologies to Thucydides: Understanding History and Culture and Vice-Versa, Chicago, U. of Chicago Press, 2004
- The Western Illusion of Human Nature, Chicago, Paradign Press, 2008.