Elementos para um modelo das Relações Transculturais
26 Fevereiro 2019, 10:00 • Luís Filipe Sousa Barreto
Para análise cultural das razões e acções de cada campo/grupo e do sistema das relações entre campos/grupos precisamos de interpretação multidisciplinar (História, Antropologia, Linguística, Sociologia, Geohistória, Economia, etc.) fundada em quatro princípios: Imanência, autonomia, interdependência, totalidade.
Relações Transculturais directas e indirectas. A capacidade de ter um subcampo de interação próprio e a capacidade tecnológica do navio transoceânico que aproxima distantes e distâncias. Os jogos de comunicação e poder Europa, Islão, China/Japão. O século XVI e as emergentes relações diretas Portugal/Europa – Ásia Oriental/China-Japão.
As cinco características chave das interações/relações transculturais: (1) Relações Heterógeneas; (2) Relações Hierárquicas; (3) Mútua mas desigual aculturação; (4) Relações processuais; (5) Relações multilaterais. Exemplos de caso a propósito dos portugueses nos mares e litorais da Ásia Oriental/Ásia do Sueste.
As quatro resultantes chave nas relações transculturais da Europa-Ásia Oriental nos séculos XVI, XVII, XVIII: (1) Transferências; (2) Hibridismo; (3) Consumo; (4) Exposição/mediatização. Exemplos concretos sobre casos de interação portugueses, chineses, japoneses. A condição multilinguística e o papel do tradutor/intérprete. Trocar línguas como passo fundamental nas interações/relações transculturais.
Bibliografia mencionada:
Eco, Umberto – I Limiti Dell’interpretazione, Milão, Bompiani, 1990 (trad. Port., Lisboa, Difel, 2004).
Geertz, Clifford – The Interpretation of Cultures, N. Iorque, Fontana, 1993 (1ª Ed., 1973).
Sahlins, Marshall – Islands of History, Chicago, U. Chicago Press, 1985.
Steiner, George – After Babel: Aspects of language and translation, N. Iorque, Oxford U. Press, 1998 (1ª Ed., 1975)