Sumários

Não houve aula. O docente estava em mobilidade no estrangeiro

21 Março 2024, 17:00 Rodrigo Furtado


Não houve aula. O docente estava em mobilidade no estrangeiro

O principado augustano: entre a monarquia e a civilidade.

19 Março 2024, 17:00 Rodrigo Furtado


I.                A literatura.

 

No meio de tudo isto, corria ao longe a imagem de um mar túmido, feita de ouro, mas as ondas do mar espumavam com uma alva vaga; e à volta, claros delfins de prata em círculo varriam a planície das águas com as caudas e cortavam o refluxo das ondas. No meio do mar, era possível di­visar frotas de bronze — os combates de Áccio; com Marte a postos, via-se todo o promontório de Leucates ferver, e refulgirem de ouro as vagas. De um lado, estava César Augusto conduzindo os povos itálicos à guerra, junta­mente com os senadores e o povo, com os Penates e os grandes deuses; es­tava de pé, na elevada popa do navio, as suas têmporas cheias de esperan­ça vomitam duas chamas e vê-se a constelação paterna no cimo do elmo. Noutra parte, Agripa com deuses e ventos favoráveis, conduzindo do alto o seu exército; as suas têmporas refulgem cingidas com a coroa naval orna­da de esporões. De outro lado, António com as hastes bárbaras .e as suas armas confusas, que regressava vitorioso dos povos da Aurora e do mar Ver­melho; traz consigo o Egipto, as forças do Oriente e a longínqua Báctria, e segue-o — sacrilégio! — uma esposa egípcia. Ao mesmo tempo, todos se precipitam e toda a planície do mar espuma, revolta pelos remos e pelos es­porões com três dentes dos navios. Dirigem-se para o alto-mar: julgar-se-ia que no pélago navegavam, arrancadas, as Cíclades, ou que altos montes cor­riam para chocar com outros montes, de tal modo os guerreiros investem com os navios munidos de enormes torres! Com a mão se espalha a chama ateada na estopa, e o ferro voa nas armas arremessadas — os campos de Neptuno ficam vermelhos com o morticínio, de uma maneira nova, nunca vista. No meio, a rainha chama as suas tropas com o sistro pátrio, sem ver ainda as duas serpentes atrás de si. Monstruosas figuras divinas de todas as espécies e o ladrador Anúbis empunham armas contra Neptuno e Vénus, contra Minerva. No meio da peleja se agiganta o colérico Marte, cinzelado no ferro do escudo, e as funestas Fúrias descem do alto éter. Rejubilante, com a túnica rasgada, avança a Discórdia, a quem Belona"' segue com o sangrento azor­rague. Vendo isto, Apoio Áccio"' distendia lá do alto o seu arco: com tal ameaça, todo o Egipto e toda a índia, todos os Árabes e Sabeus fugiam. Até se via a própria rainha a entregar as velas aos ventos que invocara em seu socorro, soltando os cordames cada vez mais. No meio do morticínio, páli­da por pressentir a morte próxima, assim a esculpiu o Ignipotente, a ser le­vada pelas ondas e por Jápix; à sua frente, entristecido, o Nilo de grande cor­po, abrindo a prega da túnica, estendendo as vestes e chamando os povos vencidos para o seu cerúleo regaço e para os secretos esconderijos dos seus afluentes. Ao lado, César, conduzido às muralhas de Roma por um triplo triunfo'", oferecia aos deuses itálicos um sacrifício imortal — trezentos mag­níficos templos, por toda a cidade. Estremeciam de alegria as ruas, ao som dos jogos e dos aplausos. Em todos os templos, um coro de matronas; em todos eles, altares; diante dos altares, bois imolados jazem por terra, O pró­prio César em pessoa, sentado no níveo trono do candente Febo, observa com atenção as oferendas do povo e prende-as às soberbas portas. Em lon­ga fila avançam os povos vencidos: tão diversas são as línguas quantas as ar­mas e as formas de trajar. Aí gravara Múlciber as raças dos Nómadas e os Afros que não. cingem as vestes; aí figuravam também os Léleges e os Cá-ios, e os Gélones armados de flechas; o Eufrates a correr, já mais apazigua­do no seu curso; os Morinos, homens que habitam os confins do mundo, o Reno bicorne"', os indómitos Daas e o Araxes indignado com a sua pontes".

Vergílio, Eneida 8.675-728 (trad. L. Cerqueira)

 


 

II.              A arte.

 

primaporta1 

Augusto (ca. 20 a.C.)

primaporta5

couraça (pormenor)

primaportacuirass2

Submissão do rei dos Partos a Roma, simbolizada pela entrega do estandarte a um general romano (os Partos eram o povo que governava a Mesopotâmia e a Pérsia).

primaporta12

(da esq. para a dta.) Apolo, deus do sol, Celo [deus do Céu, que desdobra um véu que simboliza o arco celeste]; Diana, deusa da lua, e Aurora, a deusa alada do nascer do dia.      

 

primaporta7

  personificação da Terra

 

        

 

Rodrigo Furtado

 

Bibliografia Sumária                                                                                                                                                         

Gruen, E. S. (2005), ‘Augustus and the making of the principate’, Cambridge Companion to the Age of Augustus, Cambridge, 33-51.

.………………………………………

Bang, P. F. (2013), ‘The Roman Empire II. The Monarchy’, The Oxford Handbook of the State in the Ancient Near East and Mediterranean, Oxford.

Glay, M. le (1992), Rome. Grandeur et chute de l’Empire, Paris.

Goodman, M. (1997), The Roman world. 44 BC-AD 180, London-New York.

Laet, S. J. de. (1941), De Samenstelling van den romeinscben Senaat gedurende de eerste Eeuw van het Principaat (28 voor Chr.-68 na Cbr.), Antwerp.

Mackay, C. S. (2011), El declive de la República romana de la oligarquía al imperio, Barcelona.

Millar, F. (2002), Rome, the Greek world and the East 1. The Roman republic and the Augustan revolution, Chapel Hill, London.

Millar, F., Segal, E., ed. (1984), Caesar Augustus: Seven Aspects, Oxford.

Raaflaub, K., Toher, M., ed. (1990), Between Republic and Empire, Berkeley.

Roldán, J. M. et alii (1989), El imperio romano, Madrid.

Sherk, R. K. (1988), The Roman Empire: Augustus to Hadrian, Cambridge.

Syme, R. (1939), The Roman Revolution, Oxford.

Talbert, R. J. A. (1984), The Senate of Imperial Rome, Princeton.

Wallace-Hadrill, A. (1982), ‘Civilis Princeps: Between citizen and king’, JRS 72, 32–48.

Wells, C. (19922), The Roman Empire, London.

Wiseman, T. P., ed. (1985), Roman Political Life, 90 BC–AD 69, Exeter.

Yavetz, Z. (19882), Plebs and Princeps, Oxford.

 

 

 

 

Da República ao Império: a Revolução romana?

14 Março 2024, 17:00 Rodrigo Furtado


I.       A ideologia do vencedor: optimus status rei publicae.

1.              A conquista do orbe.

2.              A idade do ouro.

3.              A paz

4.              O regresso ao passado.

 

II.     O que é Octaviano em Roma?


1.1.1               Poderes extraordinários (32-27).

1.1.2               Cônsul (31-23).

1.1.3               Censor (28 a.C.)

1.1.4               Princeps senatus (27-).

1.1.5               Augustus (27-).

1.1.6               Imperium proconsulare (27-23).

1.1.7               Imperium pronconsulare maius (23-).

1.1.8               Tribunitia potestas (23-).

1.1.9               Pontifex Maximus (12-).

1.1.10            Pater patriae (2 a.C.-).


 

III.   Entre o regresso à República e a existência do imperador:

1.              O esvaziamento das instituições republicanas: um novo funcionalismo.

                                                                        i.Prefeitura da Cidade (27 a.C.);

                                                                       ii.Prefeitura do Pretório (2 a.C.);

                                                                     iii.Prefeitura das Vigílias (6 d. C.);

                                                                     iv.Prefeitura da Anona (8 d.C.);

2.              A construção de uma administração paralela: os libertos de Cláudio.

3.              Os magistrados da República antiga: ordinários e sufectos; magistraturas de honra.

4.              A morte dos comícios: um fim sem notícia.

5.              Família Imperial: determina novo elemento na pirâmide social – proximidade a esta determina a posição relativa social.

 

IV.            O Senado augustano.

1.              A velha nobilitas: 30 senadores em 33 a.C.

2.              O reforço do poder do senado na época de Augusto e de Tibério: a aprovação de leis; as ‘novas eleições’;

3.              Senado, aristocracia, competição, prestígio, administração: o regresso ao passado?

4.              Senado como representante último da República.

Rodrigo Furtado

 

Bibliografia Sumária                                                                                                                                                          

Gruen, E. S. (2005), ‘Augustus and the making of the principate’, Cambridge Companion to the Age of Augustus, Cambridge, 33-51.

.………………………………………

Bang, P. F. (2013), ‘The Roman Empire II. The Monarchy’, The Oxford Handbook of the State in the Ancient Near East and Mediterranean, Oxford.

Glay, M. le (1992), Rome. Grandeur et chute de l’Empire, Paris.

Goodman, M. (1997), The Roman world. 44 BC-AD 180, London-New York.

Laet, S. J. de. (1941), De Samenstelling van den romeinscben Senaat gedurende de eerste Eeuw van het Principaat (28 voor Chr.-68 na Cbr.), Antwerp.

Mackay, C. S. (2011), El declive de la República romana de la oligarquía al imperio, Barcelona.

Millar, F. (2002), Rome, the Greek world and the East 1. The Roman republic and the Augustan revolution, Chapel Hill, London.

Millar, F., Segal, E., ed. (1984), Caesar Augustus: Seven Aspects, Oxford.

Raaflaub, K., Toher, M., ed. (1990), Between Republic and Empire, Berkeley.

Roldán, J. M. et alii (1989), El imperio romano, Madrid.

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Wallace-Hadrill, A. (1982), ‘Civilis Princeps: Between citizen and king’, JRS 72, 32–48.

Wells, C. (19922), The Roman Empire, London.

Wiseman, T. P., ed. (1985), Roman Political Life, 90 BC–AD 69, Exeter.

Yavetz, Z. (19882), Plebs and Princeps, Oxford.

 

As Res gestae: o testamento ideológico de Augusto entre a monarquia e a civilidade.

12 Março 2024, 17:00 Rodrigo Furtado


I.                O contexto.

1.     O suporte;

2.     O local;

3.     O monumentum Ancyranum (em Ancara); os vestígios de Apolónia e de Antioquia da Psídia.

4.     Quando? 2 a.C.-14 d.C.

5.     O que é? Um testamento político? Um epitáfio? Uma apologia pro vita sua?

 

II.              Análise do texto: Res gestae 1-8, 25-35.

 

III.            Os temas:

1.     Restitui a República à Liberdade’.

2.     res publica e lex: S(enatus) P(opulus)Q(eu) R(omanus)

3.     A salvação/organização da República; “restituir à liberdade (libertas) a Respublica.

4.     A conquista do orbe.

5.     Clementia, pietas, uirtus, iustitia.

6.     Auctoritas e potestas.

Rodrigo Furtado

Bibliografia Sumária                                                                                                                                                         

Res gestae diui Augusti

………………………………………

Belloni, G. G. (1987), Le “res gestae diui Augusti”. Augusto: il nuovo regime e la nuova urbe, Milano.

Brunt, P. A.-Moore, J. M. (1967), Res gestae diui Augusti. The achievements of the divine Augustus, Oxford.

Cooley, A. E. (2009), Res gestae diui Augusti, Cambridge.

Elsner, J. (1996), 'Inventing imperium: texts and the propaganda of monuments in Augustan Rome', Art and text in Roman culture, Cambridge, 32-53. 

Heuss, A. (1975), Zeitgeschichte als Ideologie. Bemerkungen zu Komposition und Gedankenfuhrung der Res Gestae Divi Augusti’, Monumentum Chiloniense. Studien zur augusteischen Zeit, Amsterdam, 55-95.

Mitchell, S. (2008), The Imperial Temple at Ankara and the Res Gestae of the Emperor Augustus: a historical guide, Dönmez Ofset.

Ramage, E. S. (1987), The nature and purpose of Augustus’ «Res gestae», Stuttgart.

Ridley, R.T. (2003), The emperor's retrospect: Augustus' Res gestae in epigraphy, historiography and commentary, Leuven.

Scheid, J. (2007), Res gestae diui Augusti. Les haut-faits du divin Auguste, Paris.

Yavetz, Z. (1983). 'The Res Gestae and Augustus' Public Image', Caesar Augustus: Seven Aspects, London, 1-36.

Apresentação. Programa. Bibliografia. Avaliação.

23 Janeiro 2024, 17:00 Rodrigo Furtado


 

 

 

1. Programa e bibliografia

 

I

Monarquia e República

(Paolo Garofalo)

 

Diacronia

1.     Nascimento de Roma entre mito e realidade.

2.     Os Reis de Roma (753-509 a.C.)

3.     A República Romana I: instituições, governo, primeira expansão (509 – 264 a.C.)

4.     A República Romana II: "Expansão no mediterrâneo” (264-146 a.C.)

5.     A República Romana III: Guerra Social e crises das instituições da República (146-31 a.C.)

 

Textos

6.      Rómulo e Tito Tácio.

7.      O dia em que Rómulo se tornou um deus.

8.      Mário, Sula e a guerra social.

9.      Clódio, Cícero e Milão.

10.   A conspiração contra César.

 

Leituras:

a)       Fontes:

Lívio, ab Urbe condita

Veléio Patérculo, História Romana

Plutarco, vidas paralelas (Romulo/Mario/Sula/ César/Cicero)

Apiano, Guerras Civis

Cicero, cartas a Ático/pro domo sua (pela sua casa)/De haruspicum responso (Sobre as respostas dos arúspices)

Suetónio, Vida de César

b)      Bibliografia:

Rosenstein, N. – Morstein-Marx R., A Companion to the Roman Republic, Oxford 2006.

Leão, D.F., introdução (vida de Rómulo), in D.F. Leão e M. do Céu Fialho (eds.), Vidas Paralelas: Teseu e Rómulo, Coimbra 2008, pp. 97-108.

Brandão, J.L. Oliveira, F. (eds.), História de Roma Antiga volume I: das origens à morte de César, Coimbra, 2015.

 

 

 

II

Alto Império

(Rodrigo Furtado)

 

11.   As Res gestae: o testamento ideológico de Augusto entre a monarquia e a civilidade.

12.   Da República ao Império: a Revolução romana?

13.   O principado de Augusto: entre a monarquia e a civilidade.

14.   O senado; a guarda pretoriana; as legiões.

15.   Uma realidade em experimentação contínua: o problema sucessório na construção do regime.

16.   Antoninos e Severos: os imperadores provinciais e a construção da monarquia imperial.

17.   O que deve ser um imperador? As Vidas de Calígula e de Vespasiano de Suetónio.

18.   Economia política e império: governo, descentralização e romanização.

19.   Economia política e império: crescimento, fiscalidade e poder militar.

20.   A crise do sistema no século III: colapso do sistema sucessório e pressão nas fronteiras.

 

Leituras:

a)     Fontes:

Res gestae diui Augusti.

Suetónio, Vida de Calígula; Vida de Vespasiano.

b)      Bibliografia:

Ando, C. (2007), ‘The army and the urban elite: a competition for power’, A companion to the Roman army, Malden, MA, Oxford, Victoria, 359-378.

Fibiger Bang, P. (2013), ‘The Roman empire. II. The monarchy’, The Oxford Handbook of the State in the Ancient Near East and Mediterranean, Oxford.

Gruen, E. S. (2005), ‘Augustus and the making of the principate’, Cambridge Companion to the Age of Augustus, Cambridge, 33-52.

Hopkins, K. (2009), ‘The political economy of the Roman Empire’, The dynamics of ancient empires. State power from Assyria to Byzantium, Oxford, 178-204.

Noreña, C. F. (2009), ‘The ethics of autocracy in the Roman world’, A companion to Greek and Roman political thought, Malden, MA, Oxford, Chichester-West Sussex, 266-279.

Peachin, M. (2006), ‘Rome, the superpower : 96-235 CE’, A companion to the Roman Empire, Malden, MA, Oxford, Victoria, 126-152.

 

 

 

2. Avaliação

 

Teste 1 (50%): 7 Março

Teste 2 (50%): 9 Maio