Deus (3)

21 Março 2019, 18:00 Ricardo Santos

A existência do ponto de vista da lógica clássica de primeira ordem. A existência definida como “ser (idêntico a) alguma coisa”. O carácter tautológico da tese de que “todas as coisas existem”. Consequência: a existência está trivialmente incluída em todos os conceitos. A falha lógica do argumento cartesiano: a sua conclusão (“todos os seres perfeitos existem (necessariamente)”) é compatível com a tese ateísta.

O argumento ontológico modal de Charles Hartshorne. Justificação das suas duas premissas: (1) necessariamente, se Deus existe, então Deus existe necessariamente; e (2) possivelmente Deus existe. Explicação da validade do argumento, com base na semântica dos mundos possíveis e na simetria da acessibilidade entre mundos. Discussão do argumento: (i) É circular? A conclusão está contida nas premissas? (ii) É verdade que se algo é concebível então não é impossível? Comparação com a conjectura de Goldbach e razões para rejeitar a segunda premissa. Distinção entre possibilidade metafísica e possibilidade epistémica.