Fatalismo (3)

19 Fevereiro 2019, 18:00 Ricardo Santos

Segundo problema para a resposta de Aristóteles: 2) A exigência de que uma frase verdadeira corresponda a factos presentes é demasiado forte, pois parece suficiente que uma frase diga que as coisas vão ser como de facto vão ser. Reforço desta ideia assumindo (com o presentismo) que os factos passados já não existem, caso em que a exigência sob discussão implicaria que nenhuma frase sobre o passado é verdadeira. (iii) Rejeição da lei da implicação para a necessidade (Ockham): distinção entre factos duros e moles—a lei da implicação para a necessidade falha para os factos moles, porque estes podem ser determinados metafisicamente exactamente por algumas das suas consequências lógicas, caso em que eles não podem determinar metafisicamente essas consequências. Problemas para a resposta do Ockham: 1) distinção entre factos duros e moles é pouco clara, e há um dilema: a noção de moleza tem de ser a de moleza parcial para tratar da variação do argumento fatalista com o conhecimento, mas isso vai fazer falhar a lei para factos conjuntivos que, muito plausivelmente, efectivamente necessitam as suas consequências.