A caminho de nos tornarmos acutilantes observadores

18 Setembro 2018, 18:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Apresentação do programa a partir de discussão livre sobre alguns itens bibliográficos, nomeadamente António Damásio e Byung-Chul Han que serão, a seu tempo, referência de trabalho e que contribuirão para a realização dos nossos objectivos no âmbito de uma cadeira que procura estabelecer laços de observação sistemática e orientada entre o espectador e o espectáculo artístico. Referência sumária a estratégias e metodologias de trabalho. Comentário justificado e alargado à vasta bibliografia proposta e ao modo como a iremos integrar nas questões suscitadas pelas áreas de estudo em desenvolvimento. Este campo essencial da nossa actividade (ler, estabelecer perguntas, procurar respostas, mesmo que imperfeitas) faz parte do projecto de construção de cada um de nós como espectadores, e daí querermos reforçar as nossas capacidades como observadores. Tratando-se de um processo em andamento livre, embora orientado, dificilmente saberemos onde vamos chegar. O exercício que nos propomos realizar será acompanhado por visionamentos de materiais em aula e fora dela. Assim, os nossos comentários ao que formos visionando ao vivo e em diferido serão acompanhados por um instrumento de trabalho de grande utilidade: o diário de bordo. Nele encontraremos o conforto dos registos autênticos, pessoais e mais íntimos sobre cada espectáculo, a ele recorremos para que a nossa memória não tenha de nos trair e seja também incorporada quando a convocarmos. A partir desse instrumento criaremos o nosso próprio discurso sobre observação e emoção. A arte existe para nos dar alegria. Mas a arte também existe para nos dar consciência do nosso lugar no mundo.

Fizemos ainda uma breve e justificada exposição sobre o processo de avaliação que ajustei nas suas percentagens avaliativas de modo a criar maior equidade entre as diversas modalidades expostas. Os alunos receberão por e-mail registo documental deste processo.

Tornámos relevante o assunto principal do programa: de como o processo de consciencialização de sermos espectadores privilegiados de obra artística vária, mas também de nos podermos concentrar num objecto único e singular, pode contribuir para uma melhor percepção e mais profundo conhecimento de nós próprios. Designa-se esta proposta de reflexão com uma frase: Quem o mundo e nele a arte especta, especta-se a si mesmo.

 

·         Data de realização do 1º teste de avaliação: dia 6 de Novembro de 2018  na sala 2.13. Duração da prova com consulta: duas horas. O resultado e a correcção desta prova serão apresentados no dia 27 de Novembro de 2018, salvo se houver qualquer imponderável.

·         Data de realização do 2º teste de avaliação: dia 18 de Dezembro de 2018 na sala 2.13. Duração da prova com consulta: duas horas.

·         Os resultados do 2º teste, sua correcção e toda a avaliação final de cada aluno serão apresentados e discutidos no dia 8 de Janeiro de 2019, em horário de aula.

·         A haver trabalhos individuais como substituição do 2º teste, estes serão entregues impreterivelmente até ao dia 18 de Dezembro de 2018.

 

Leitura recomendada:

FRAZZETTO, Giovanni 2014, Como Sentimos – O que a Neurociência nos pode – ou não – dizer sobre as nossas emoções, Lisboa: Bertrand Editora, pp. 176-213.

MENDES, Anabela, Notas para uma sociologia das artes do espectáculo – Reflexão sobre a utilização de parâmetros cognitivos aplicados a públicos de teatro e outras artes in: Maria Helena Serôdio (Dir.), Sinais de Cena 17, Junho de 2012, pp. 60-69.

 

SETEMBRO                         5ª FEIRA