Rancière e o teatro comunitário
22 Novembro 2018, 18:00 • Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes
NOVEMBRO 5ª FEIRA 18ª Aula
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Discussão sobre os espectáculos visionados nas saídas de campo anteriormente assinaladas. Alguns dos alunos recorreram para esta sessão aos seus diários de bordo.
O interesse nos espectáculos, em particular, por O mundo é redondo, suscitou entusiasmo e deu ocasião a que se discutisse, por exemplo, o uso de diferentes línguas, questão que integrava igualmente o anterior espectáculo Netos de Gungunhana-
Fizemos a seguir leitura conjunta de algumas partes do ensaio de Jacques Rancière O Espectador emancipado com a intenção de tornar mais clara a posição do autor que defende a existência de um único plano contínuo em termos ideológico-simbólicos e políticos entre quem representa um espectáculo e quem a ele assiste.
Esta possibilidade de interpretação do papel do espectador tornar-se-á mais clara quando visionarmos alguns acompanhamentos de preparação de espectáculos de natureza comunitária realizados por Eugen Van Erven em diferentes espaços da Terra.
Entendo o pensamento de Rancière associado ao comportamento do espectador de um ponto de vista essencialmente político, apesar das questões estéticas com ele relacionadas e presentes na representação de espectáculos desempenharem uma função primordial justamente na possibilidade de associar um ambiente comunitário ao modo como os seus intervenientes são simultaneamente membros de uma comunidade e artistas.
Leituras recomendadas:
- RANCIÈRE Jacques 2010, O espectador emancipado, tradução de José Miranda Justo, Lisboa: Orfeu Negro.
- RANCIÈRE, Jacques 2010, O Mestre Ignorante – Cinco lições sobre a emancipação intelectual, Ramada: Edições Pedago, pp. 7-24.