Uma semana de balanço final

5 Maio 2020, 10:00 Luís Filipe Sousa Barreto

A presença crescente de   Tempo-Espaço , desde os finais do século passado,no Centro das teorias e práticas de Investigação-Conhecimento científico  do Humano Fazendo(-se) obriga a repensar as Fronteiras Disciplinares. Antes de mais, a questão das Fronteiras, marcadores de Identidade e Diferença, entre História, Antropologia,Geografia,Sociologia. 

As plataformas transdisciplinares de Cruzamento e de Mistura testemunham esta situação.A Antropologia Histórica (  Marshall Shalins é talvez a figura de proa ) , a Sociologia Histórica ( com Andrew Abbott e A.Giddens como figuras chave) , ou a Geohistória ( onde pontificam, por exemplo, Augustin Berque, P. Pelletier,C.Grataloup,etc)  são exemplos desta realidade.Mas, este peso das Formas e Formações Constituintes de Tempo-Espaço para e na   Realidade Humana  surge, também, na investigação do século XXI  em  Economia  ou  Demografia   como vemos, por exemplo, em Amartya   Sen, em Thomas Piketty, em E.Todd,etc ,
A situação obriga mesmo ao repensar da própria noção de Fronteira Disciplinar bem como  as premissas   dos Fundamentos das estabelecidas divisões  profissionais-universitárias  vindas, sobretudo, do século XIX. Em vez de uma Linha  ( sequência relacional de pontos ) a Fronteira é sobretudo uma Área e uma Rede de tensão, de Aproximação e de  Distanciamento. As Fronteiras identificam e diferenciam servindo tanto para Ligar como para Separar.Acresce que muitas  das   fronteiras disciplinares são bem mais  conjunturais que estruturais, bem mais  fruto de circunstâncias e  de episódios de  profissionalização institucional e  de didáctica formativa  que de Razão de Investigação com Fundamentos seguros,  lógicos e operativos,  de Exclusão -Separação.
Sabemos hoje, no nosso século, e sabemos cada vez mais,  que o que Une a Investigação  é tão ou mais relevante do que o que a  Separa porque  :" ... o objecto de estudo por excelência das ciências sociais é o conjunto das práticas sociais realizadas e ordenadas no espaço e no tempo , e não a experiência do actor individual ou a existência de   totalidades  sociais ..." ( A.Giddens,1984 ).
O nosso Seminário procurou informar e formar  acerca deste fenómeno a partir da  História e destacando, sobretudo as correlações com a Sociologia.Em investigação do Historiar vivemos uma Idade Transdisciplinar .