Relações diplomáticas entre Portugal e Marrocos na 2ª metade do século XVIII. (aula ministrada pelo Professor João R. Cosme)

30 Abril 2021, 09:30 Ângela Vieira Domingues

Breve introdução: a Dinastia Sáadina e a prosperidade marroquina até à morte Ahmed al-Mansor. Conflitos internos que levam ao desaparecimento da dinastia. Período autónomo e desaparecimento da centralidade administrativa. Grande crise em Marrocos (XVII) motivada por fatores religiosos, económicos e urbanos. A importância dos berberes e das zauías (confrarias com papel assistencial, religioso e cultural). Disputa pela poder (1654) saindo vencedores os xarifes do Tafilalet ao derrotarem os Sus nascendo a dinastia Alauíta. Presença portuguesa em algumas praças marroquinas e a sua expansão (XV-XVI). Nova dinastia consolida o poder e incentiva as relações comerciais com o exterior (principalmente com países europeus). Rivalidade com Espanha devido às suas possessões no norte de África. Destaque para Sidi Mohamed ben Abd Allah (governa durante 30 anos) – e que iniciou o processo de unificação de Marrocos, abriu Marrocos ao comercio externo e valorizou o papel das cidades e das praças para o comércio (Anafé, Mogador). Presença portuguesa em Mazagão é ameaçada por vários fatores (naturais e belicistas) e dá-se a necessidade da retirada portuguesa, concluindo Portugal que este território já não era benéfico (mudança da visão estratégica). Início das relações diplomáticas entre Portugal e Marrocos: as tréguas, como tratados de paz e comércio que se negociam anualmente a partir de 1769; negoceia-se a paz em 1774. Dão-se 6 embaixadas (3 portuguesas e 3 marroquinas) entre 1773-1798. Marrocos ao enfrentar um período de crise mostra a sua confiança diplomática em Portugal ao escolher Lisboa para guardar e proteger o seu tesouro (1780). A realidade diplomática e politica só se altera após a Revolução Francesa. Batalha de Abukir aproxima Inglaterra a Marrocos, tornando-se seu aliado por excelência, e afastando-se a coroa portuguesa com a transferência da corte para o Brasil (sumário de Ana Margarida Silva).