Um trajecto em alargamento

12 Abril 2021, 10:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

ABRIL                                   4ª FEIRA                      10 ª AULA

 

12

Começamos hoje pelo fim.

Temos em mãos há umas semanas uma proposta artística de festa, também ela legítima num quadro de horror e sofrimento, e que serviu de inspiração a um grupo de músicos e cantores que escolheram dedicar as suas artes a um assunto que despromove a relação entre povos: a escravatura. Seremos nós espectadores sado-masoquistas quando nos aventuramos por caminhos que nos narram e perante nós exibem Rotas da Escravatura 1444-1888 como espectáculo pluri-racial, pluri-religioso, pluri-cultural, pluri-artístico perante tudo aquilo que se objectiva em tortura, humilhação e desprezo pela essência e valores éticos humanos? Serão os conflitos entre seres da mesma espécie e relacionados com este assunto insolúveis, nomeadamente como formas de exercício de poder em que o espírito democrático se esboroa perante interesses de natureza económica, social e política há tantos séculos? Onde situar verdadeiramente um pós-colonialismo que em muito se dilui em formas de colonialismo que persistem ainda e sempre fazendo de uns escravos e de outros senhores?

Hoje voltámos por poucos minutos a tomar o rumo de Jordi Savall, conceituado gambista catalão e estudioso de música antiga em várias paragens do mundo, que entendeu dedicar obra ao assunto da escravatura. Este assunto atravessa os tempos da História desde há milhares de anos e sabemos nós hoje também que o ano de 1888, que criou como oficialização o fim da escravatura, não passou infelizmente de uma espécie de acto politicamente correcto.

Com os seus colaboradores de diversas regiões do globo, Savall intuiu a necessidade de fazer despertar consciências a partir da arte instrumental e vocal. A dança veio por acréscimo.

Acredito que iremos em breve assistir a um espectáculo em diferido, realizado ao vivo e pela primeira vez, em 2015, na abadia de Fontfroide em Narbonne, França. O lugar escolhido para exibir Rotas da Escravatura ganhou aliás uma conotação simbólica, isto se pensarmos, por exemplo, no processo de cristianização em África e na América do Sul onde algumas ordens religiosas foram colaboracionistas dos regimes coloniais europeus de manutenção de pessoas em situação de escravos.

Perante nós serão tocados vários instrumentos europeus e não-europeus, cantar-se-á em várias línguas, vestir-se-ão trajes tradicionais de vários países e, no caso de europeus, será usado o negro tradicionalmente escolhido para cena, nomeadamente para homens, neste tipo de espectáculos. Dançar-se-á com alegria em palco. Os ritmos contagiantes irão operar milagres. Quatro séculos da história da escravatura irão sendo narrados sempre por actor negro que carregará na voz a tragicidade dos acontecimentos.

Pensar esta introdução ao espectáculo como uma predisposição feliz para as penúltimas aulas deste seminário será fazê-lo sob a consciência de que a felicidade alcançada com o trabalho artístico de outros não significa leviandade de pensamento.

Talvez possamos descobrir o que não conhecíamos, talvez possamos cantar as letras disponibilizadas, talvez possamos balancear os nossos corpos juntando-os aos dos cantores-bailarinos e músicos que do ecrã nos irão fascinar em breve. Será através deles que iremos celebrar o que existiu no íntimo de milhões de escravos e que apenas raramente o puderam exprimir. Ou a exprimi-lo o fizeram na obscuridade das suas vidas. 

Encontramo-nos com Jordi Savall e os seus intérpretes, numa assistência ao concerto que teremos em mãos e que nos levará por regiões longínquas do mundo, nomeadamente pelas Américas Central e do Sul, pela África subsariana e naturalmente pela velha Europa. O assunto que domina esta obra e que por esta altura já será de todos conhecido, atravessa-se em milhares de anos de vivência da espécie humana como uma instituição criada pelo próprio homem a fim de aprisionar e usar muitos em benefício de uns poucos. Sabendo nós, aliás, como já afirmado, que o ano de 1888, que criara como oficialização o fim da escravatura no Brasil, e sabendo nós também que ainda em 2007 a Mauritânia entendera oficialmente pôr fim à escravização de seres humanos, não é fácil prever o que está para além da legalidade em cada país, pois a traficância, a manutenção em cativeiro e o aproveitamento económico destas pessoas representa cada vez mais uma trágica realidade que nos assombra e não tem fim à vista.

Esta é a questão central de Rotas da Escravatura que artisticamente procura dar relevo através do canto, da dança, dos ritmos musicais, de uma encenação feliz e libertadora, de uma movimentação em cena organizada, mas também aberta à natural irreverência, com que a representação em memória dos milhões de escravos se desencadeia como espectáculo criador daquilo que terá sido o único espaço expressivo e de liberdade interior de cada escravo. A exteriorização de uma limitada alegria transformava a vida destas pessoas naquilo que ninguém podia impedir. Celebrar esta evidência nos nossos tempos faz com que seja no domínio do exercício artístico que se projecta o fenómeno da liberdade individual e colectiva. Inúmeros são os relatos e as imagens de época que invocam a História da Escravatura. O espectáculo cria uma estrutura narrativa, atribuída a um actor, que vai acompanhando e abrindo cada conjunto de canções e sua execução instrumental e de movimento. É nesta estrutura que podemos ancorar a informação mais detalhada que ajuda a enquadrar cada período, século após século, e que nos oferece uma visão alargada dos acontecimentos no contexto do espectáculo. É demasiado óbvio que o narrador seja negro, mas também só assim poderia ser. Ele carregou na voz a tragicidade dos acontecimentos. Na versão portuguesa do espectáculo, em 2016, apresentada na Gulbenkian, foi o actor moçambicano e português, Alberto Magassela, que desempenhou esse papel.

Rotas da Escravatura procura cobrir o fenómeno esclavagista apenas nas regiões do globo que mais directamente estão associadas ao mundo ocidental. Outras paragens não são aqui consideradas, apesar de haver referência actualizada no livro de acompanhamento ao espectáculo (pp. 174-179, versão inglesa) sobre esta questão. Com os seus colaboradores originários de diferentes países e culturas, Savall intuiu a necessidade de fazer despertar consciências a partir da arte instrumental, vocal e de movimento. Acresce dizer, a título de exemplificação, que estar em cena neste espectáculo significava também escolher o que vestir, sabendo que esses trajes não pretendiam criar uniformidade.

Perante nós irão tocar-se vários instrumentos europeus e não-europeus (a carcaça de uma cabeça de vacum é usada para fazer música, a par de um violino ou de uma Kora) cantar-se-á em várias línguas, vestir-se-ão trajes tradicionais de vários países e, no caso de europeus, será usado o negro mas não só. Savall veste camisa azul-cinza bordada, outros músicos envergam roupa casual, com colarinhos abertos e sem gravatas. Dança-se com alegria e espontaneidade, se bem que se perceba a existência de um guião que orienta toda a coreografia. Os ritmos contagiantes operaram milagres. Quatro séculos da história da escravatura vão sendo narrados criando a integração necessária para uma ampla apropriação do assunto.

Prosseguindo o desvendamento desta obra artística e ainda sem acesso ao visionamento integral da mesma, faremos aproximação à obra musical de Jordi Savall, As Rotas da Escravatura, com o intuito de apreciarmos melhor algumas das canções que eram interpretadas, dando particular atenção às suas letras.

Seleccionei La Negrina / Gugurumbé, Los Negritos e Canto de Guerreiro. A escolha poderá beneficiar da leitura da alunas e aluno que têm o castelhano como língua materna.

 

 

 

 

Verificaremos como estas canções e outras propõem um comentário de esperança, por vezes de malícia, mas também de realismo sobre pequenos episódios da vida quotidiana dos negros em África, dos negros em território europeu, dos negros colonizados em terras do continente americano.

A graça destas canções está por vezes associada a uma visão afectiva do que é cantado. Os títulos das duas primeiras canções unidas referenciam com os seus diminutivos nos títulos um sentimento de cumplicidade entre quem canta, quem toca e quem escuta. Este traço de identificação do próprio fraseado vem associado a uma mundividência cristã presente no desejo de visitar Belém e o pequeno Jesus.

Entendemos assim que a dimensão animista de religiões e rituais fundadores da espiritualidade africana dá lugar a várias intersecções entre diversos tipos de fé e crença cujos cruzamentos determinam a permanente função do catolicismo a operar sobre a liberdade de culto de cada um. Catequisar escravos, mas também indígenas diversifica-se como estratégia de acompanhamento à transformação de seres humanos em puros objectos a explorar como mercadoria.

Curiosamente encontramos em La Negrina / Gugurumbé e em Los Negritos compostas como uma ‘ensalada’ por Mateo Flecha “El viejo” (1481 -1553) ou Mateu Fletxa el Vell (em catalão, sua língua de origem), composições que ajudam a alcançar um certo espírito de entendimento entre senhores e escravos. Estas e outras canções não tinham de expressar apenas a realidade do novo continente já que fases anteriores do processo de escravização aconteciam como um tempo de estágio na própria Península Ibérica e em outros países europeus. Em Portugal e em Espanha nesta época havia um elevado número de escravos ao serviço das classes mais abastadas, associados naturalmente ao trânsito Atlântico.

 

Reprodução de “Chafariz d’el Rey no séc. XVI” (pintura flamenga, 1570-80, de autor desconhecido, óleo sobre madeira, 93 x 163 cm, Coleção Berardo), onde são visíveis vários africanos a desempenhar diferentes tarefas. Na imagem mais pequena, reprodução da primeira página do documento que está na Biblioteca Nacional da Ajuda, cópia do século XVIII do original de Venturino, que relata o episódio dos escravos reprodutores de Vila Viçosa. Ao lado, imagem atual do espaço onde existiu a “ilha” no paço ducal da Casa de Bragança, então habitado por escravos. Ainda hoje os trabalhadores referem-se à zona pelo mesmo nome.

Fonte: https://expresso.pt/sociedade/2015-12-08-O-segredo-dos-escravos-reprodutores

 

La Negrina / Gugurumbé e Los Negritos constituem em linguagem técnica uma ‘ensalada’ ou ‘salada’ em português, nome que se dá a uma composição escrita para várias vozes e línguas.

https://www.youtube.com/watch?v=TZYcY_TmwVs

Ver o poema completo em:

https://es.wikisource.org/wiki/La_negrina

Mas a presença de língua africana na dupla canção, língua que não identificamos porque não a estudamos é, por um lado, sinal de estranheza perante outras culturas, embora, por outro lado, a sua aceitação no espaço da Península Ibérica não passasse de uma trivialidade necessária e que não fazia sentido questionar em termos gerais. Acresce dizer que a dupla canção ensaia diálogo no interior dos versos, propondo assim uma dramaturgia simples que procurava alegrar aqueles a quem se destinava e que assim recebiam entretenimento.

Se transpusermos para o novo continente o mesmo texto e a mesma música, é na presença da distância que encontramos uma resposta para a interpretação a que chegaremos. A música, o canto e a dança são as artes primordiais através das quais os escravos suavizavam sofrimento e dor indescritíveis, geração após geração, na esperança de preservarem uma identidade.

Canto de Guerreiro (Caboclinho paraíbano) · Jordi Savall · Tradicional · Maria Juliana Linhares · Erivan Araújo (Brasil) é uma canção para uma só voz que já faz jus à realidade brasileira ancestral, em particular, à dos indígenas que viviam em harmonia com a Natureza antes da chegada dos colonizadores, e a quem uma tempestade causa surpresa, porque põe em causa o que antes fôra inquestionável. A aplicação da relação metafórica do mundo natural como um factor que pode ser tão bondoso quanto desestabilizador permite ler-se na tonalidade e melodia do canto de Juliana Linhares, um espanto questionador. O diálogo da cantora com Tupã, o deus da Criação, transforma uma pequena canção num hino de perguntas-afirmações. Todas elas continuam a fazer sentido no nosso tempo.

O DVD, que espero visionarmos, oferece inúmeros percursos através de uma observação e escuta de pormenor. A riqueza das relações entre intérpretes, a espontaneidade do movimento adequado à ordenação instrumental, a contra-cena constante sem pôr em risco o lugar de cada um não criam qualquer conflito no conjunto artístico. Nunca está em causa o rigor do espectáculo nem a sua intencionalidade primeira: dar a sentir a cada um de nós como um tempo raivoso e medíocre de exploração do homem pelo homem surpreende no seu modo belo e elevado.

 

Os obstáculos não estão no caminho. São o caminho. (Séneca)

 

Obra a visionar através de piratização de DVD:

SAVALL, Jordi 2015, The Routes of Slavery (1444-1888), K. M. Diabaté, I. García, M. J. Linhares, B. Sangaré, B. Sissoko, LA CAPELLA REAL DE CATALUNYA, HESPÈRION XXI, 3MA, TAMBEMBE ENSAMBLE CONTINUO.

Espectáculo apresentado ao vivo, a 17 de Julho de 2015, na Abadia de Fontfroide, Narbonne, França, no âmbito do X Festival de «Música e História para um Diálogo Intercultural», Aliavox. Tempo de duração: 2h08’30’’

 

Acesso às 2ª e 3ª partes do espectáculo

https://www.rtp.pt/play/p410/e325909/raizes

https://www.rtp.pt/play/p410/e421314/raizes

 

Estamos agora em condições de comentar a apresentação de Eliane Ramin dedicada a Neurobiologia da Emoção, assunto que ocupa já em estado avançado a sua pesquisa para o doutoramento e em busca de O corpo emotivo.

A aluna optou por apresentar o seu trabalho através de explanação a partir de diapositivos, criando enquadramento histórico para o avanço da medicina em direcção à Neurociência. Ao sétimo diapositivo percorremos 460 anos num ápice de investigação e descoberta sem que tivesse sido clara a escolha daquelas opções e não outras. Na verdade, pareceu-nos que o objectivo da Eliane era chegar à chamada Década do Cérebro (cerca de 1990-2003) e às invenções como a TAC ou a descoberta do genoma humano. Apesar disso, e compreendendo o desejo de Eliane Ramin nos aproximar dos mais recentes investimentos científicos em prol da Humanidade, escapou-nos a dispersão informativa a que fomos sujeitos.

Ao contrário do que aconteceu com o sétimo diapositivo, outro nos foi mostrado, o quinto, que nos apresentou imagem de mãe beijando o seu filho bébé, gerada por ressonância magnética. Aqui comovemo-nos em conjunto por aquilo que estávamos a ver – o interior das cabeças de ambos apresentado num acto de transparência a que nunca tivéramos assim acesso. E mais. Nos cérebros da mãe e do filho verificámos a existência de pontos luminosos correspondentes às zonas do cérebro activadas no instante do beijo. Este foi, sem dúvida, um momento alto da exposição de Eliane Ramin, a quem agradecemos por esta experiência inédita.

E afinal que regiões estão iluminadas no cérebro da mãe e no cérebro do filho? No caso da mãe “iluminam-se” no hemisfério direito pequenas zonas do córtex frontal (pensamento e emoções) e no lobo parietal, em termos genéricos, funções relacionadas com o tacto e outras funções sensórias. No filho observamos um pequeno cérebro em formação de que enunciarei apenas funções: movimento voluntário dos olhos, sensações, audição e memória.

O que acabo de descrever exigiu alguma investigação suplementar ajudada pela Internet e apenas percorrendo imagens. Não estou certa de que tenha alcançado resultados óptimos, mas a tentativa de alargar o que nos devolvera a imagem inicial comprova os efeitos da relação emocional que activa zonas cerebrais distintas, mas também similares, em cada um dos seres. Acresce dizer que a memória e a experiência que temos deste acto ficará a partir de agora suplementada pelo conhecimento que em nós produziu novas emoções.

 

 

Rebecca Saxe beijando o seu filho

 

Eliane prossegue a apresentação dos seus diapositivos, interrogando-se sobre afirmação de António Damásio: «Em certas circunstâncias, como em uma emoção, o cérebro rapidamente constrói mapas do corpo comparáveis àqueles que resultaria (como) se o corpo fosse realmente mudado por aquela emoção. A construção pode ocorrer bem antes da mudança emocional, ou mesmo no lugar desta mudança. Em outras palavras, o cérebro pode simular um certo estado corporal como se estivesse ocorrendo.» (Damasio and Damasio, 2006, p.18) E a razão das suas interrogações está associada às possibilidades que o actor tem de sentir emoções ou de agir como se as sentisse. Este duplo padrão releva de comportamento e consciência comuns a qualquer ser humano, em particular, por exemplo, ao que acontece com um burlão. Este ensaia o seu destino como jogo, muitas vezes perigoso, e que lidera. São seus objectivos o engano e a extorsão. O processo de simulação sobrepõe-se ou coincide com a construção de uma personagem que é e não é ao mesmo tempo, mas que deverá fazer prevalecer sobre todas as variantes comportamentais como ideia de verosimilhança. O actor que tenha de fazer de burlão poderá ter de assumir e treinar aquilo que Damásio menciona acerca do que entende por body loop e por as-if body loop. A preparação de cada acto requer que o “burlão” se oriente por uma permanente capacidade de ginasticar o seu cérebro em correspondentes mudanças com o corpo. Para ele, a linguagem do corpo e o treinamento da voz permitem ou não o sucesso da operação planeada. Neste fugaz exemplo extremado não podemos deixar de reconhecer como cognição, emoção e criatividade se associam entre si para a produção de um crime e sua representação.

As colegas Patrícia, Maria-Josefina, Rocio e Maria João e o colega Paúl foram unânimes em destacar as capacidades organizativas e expositivas da aluna. Foram salientadas: a competência para a síntese que deverá enfrentar muitos momentos de treinamento; o desafio que o trabalho propõe de aplicação ao treino teatral; a escolha emblemática da imagem por ressonância magnética que comentámos e que criou em alguns casos o pavor da transparência. (Maria João Vicente) Integrou a nossa discussão a perspectiva desenvolvida sobre as opções para o actor tomadas por Stanislavski, em 1935, e que correspondem àquilo que o encenador chama “arte da experiência” em que são associadas a experiência emocional e a dimensão anatómica em termos de consciencialização para o actor. (Paúl Sanmartin) Eliane Ramin disserta então sobre o fenómeno da emoção na sua relação com a anatomia e interroga-se sobre como o actor associa a analogia poética com o seu próprio corpo. Segue-se uma abordagem de carácter histórico associado aos Estudos do Corpo que se alarga para fisiologia, biomecânica, neurobiologia e memória (Patrícia Anthony) São a seguir colocadas duas questões: como se transforma a ciência em corpo? Como se celebra o corpo? (Maria-Josefina Fuentes) Finalmente é de novo mencionada a clareza da exposição e a boa definição do objecto de estudo. É questionado o espaço químico na sua relação com os espaço não-químico. (Rocio Perez)

Vem ainda a terreno a exemplificação do teatro-dança Kathakali (Kerala, Índia) como processo de contenção e autodomínio do actor-bailarino. Esta arte cénica parece-me ser um excelente exemplo para que sejamos capazes de responder de novo à questão colocada por Damásio sobre body loop e as-if body loop no treinamento do actor e no seu comportamento emotivo. Sem dúvida que o Kathakali é uma arte complexa e compósita, mas está há muito estudada e pode fornecer-nos boas pistas sobre este assunto.

 

Volto a deixar aqui a seguinte questão: Como se escuta um corpo interno?

E acrescento: Como se procura no corpo-arquivo aquilo que nos faz falta?

 

Algumas sugestões:

https://www.youtube.com/watch?v=_4WmgIyg6rY

 

https://www.youtube.com/watch?v=Rne2xXCzEmA&list=RDRne2xXCzEmA&start_radio=1&t=21

 

https://www.youtube.com/watch?v=nwiLwsgicno&list=RDRne2xXCzEmA&index=2

 

https://www.youtube.com/watch?v=9sRafoi7raE