2.Ciclo de estudos

2º Ciclo, 1º Semestre

3. Docente responsável e respectivas horas de contacto na unidade curricular (preencher o nome completo)

Francisco João Bentes Gomes / Carlos Samuel Pires Pereira / Ana Margarida Costa Arruda (coord.)

5. Objectivos de aprendizagem (conhecimentos, aptidões e competências a desenvolver pelos estudantes)

O objectivo principal desta UC (OP) é dotar os alunos de conhecimentos avançados sobre a produção, consumo e categorização do vidro na Antiguidade. Pretende-se expor um panorama geral destes artefactos desde a Idade do Bronze até à Época Romana, com particular incidência na área mediterrânica, mormente no Ocidente. O vidro pode ser um artefacto determinante nos contextos arqueológicos, mas, infelizmente, não tem merecido a atenção devida. Será demonstrada a importância do vidro para a compreensão das sociedades antigas, quer a nível cultural, social ou tecnológico.

A matéria abordada incluirá aspectos tecnológicos e tipológicos, expondo-se um panorama diacrónico da produção, consumo e distribuição dos artefactos de vidro.

 

5. Learning outcomes of the curricular unit

The main goal of this Curricular Unit (OP) is to impart to the students advanced knowledge on the production, consumption and classification of glass in Antiquity. The aim is to present a general panorama of these artifacts from the Bronze Age to the Roman Period, with particular emphasis on the Mediterranean area and especially in the West. Glass can be a determining artifact in archaeological contexts but, unfortunately, it has not received the attention it deserves. The relevance of the glass for the cultural, social and technological understanding of ancient societies will be demonstrated.

The syllabus covers both technological and typological aspects, thus presenting a diachronic panorama of the production, consumption and distribution of glass artifacts.

6. Conteúdos programáticos

1. O VIDRO ENQUANTO MATÉRIA-PRIMA.

1.1.  Os materiais vítreos, da natureza à técnica.

1.2.  Estrutura, componentes e propriedades físico-químicas do vidro.

1.3.   Tecnologias, técnicas e usos do vidro: uma perspectiva diacrónica.

 

2. O VIDRO NA IDADE DO BRONZE.

2.1.  As origens do vidro, entre o mito e a ciência.

2.2.   Produção e consumo do vidro na Idade do Bronze do Próximo Oriente.

2.3.  O vidro no Egipto do Império Novo.

2.4.  O vidro e outros materiais associados na Idade do Bronze do Egeu.

2.5.  O vidro no Bronze Final do Ocidente Europeu, entre a influência micénica e o atelier de Frattesina.

 

3. O VIDRO NA IDADE DO FERRO.

3.1.  O ressurgimento do vidro no Levante e no Egipto.

3.2.  Fenícios, Gregos e Cartagineses: O vidro nas redes de intercâmbio mediterrâneas da Idade do Ferro.

3.3.  O vidro na Pérsia Aqueménida e no Oriente Helenístico.

3.4.  Produção e consumo de materiais vítreos na Europa Central e Ocidental durante a Idade do Ferro.

 

4. O VIDRO PRÉ-ROMANO NA PENÍNSULA IBÉRICA: CIRCULAÇÃO, CONSUMO E TIPOLOGIA

4.1. O vidro pré-romano na Península Ibérica: história da investigação e estado da questão.

4.2. Os recipientes de vidro sobre núcleo friável na Península Ibérica.

4.3. As contas de vidro pré-romanas peninsulares: dados e problemas.

 

5. O VIDRO ROMANO: UM NOVO IMPULSO PRODUTIVO

5.1.  História da investigação.

5.2.  Problemáticas de estudo, um olhar opaco.

5.3.  O vidro através do tempo.

- Evolução das técnicas de produção e de decoração;

- Aparecimento e evolução da técnica de sopro;

- Da plasticidade à forma;

5.4.  A actividade vidreira:

               - Produção primária e secundária;

               - Matérias e utensílios;

               - As técnicas de produção;

               - Acabamentos e decoração;

               - Refugo;

5.5.  As evidências arqueológicas da produção de vidro.

5.6.  Forma vs. Função:

               - Na mesa e na cozinha;

               - No comércio;

               - Na farmacêutica e na cosmética;

               - No adorno pessoal e nas actividades lúdicas;

               - Na iluminação;

               - Na arquitectura.

5.7.  A circulação.

 

6. Syllabus

1. GLASS AS A MATERIAL.

1.1. Glass materials, from nature to technology.

1.2. Structure, components and physicochemical properties of glass.

1.3. Glass technologies, techniques and uses: a diachronic perspective.

 

2. BRONZE AGE GLASS.

2.1. The origins of glass, between myth and science.

2.2. Production and consumption of glass in the Near Eastern Bronze Age.

2.3. Glass in New Kingdom Egypt.

2.4. Glass and associated materials in the Aegean Bronze Age.

2.5. Glass in the Western European Bronze Age, between Mycenaean influence and the Frattesina workshops.

 

3. IRON AGE GLASS

3.1. Glass renaissance in Egypt and the Near East.

3.2. Phoenicians, Greeks and Carthaginians: glass in the Iron Age Mediterranean exchange networks.

3.3. Glass in Achaemenian Persia and in the Hellenistic East.

3.4. Production and consumption of glass materials in Central and Western Europe during the Iron Age.

 

4. PRE-ROMAN GLASS IN THE IBERIAN PENINSULA: CIRCULATION, CONSUMPTION AND TECHNOLOGY.

4.1. Pre-Roman glass in the Iberian Peninsula: research history and state of the art.

4.2. Core-formed glass vessels in the Iberian Peninsula.

4.3. Pre-Roman glass beads in Iberia: data and problems.

 

5. ROMAN GLASS: A NEW PRODUCTIVE IMPULSE.

5.1. Research history.

5.2. Research problems, looking through a darkly glass.

5.3. Glass through time:

- Evolution of production and decoration techniques;

- Origins and development of glassblowing;

- From plasticity to form;

5.4. Glass production activity:

               - Primary and secondary production;

               - Raw materials and tools;

               - Production techniques;

               - Finishing and decoration;

               - Glass waste;

5.5. Archaeological evidence of glass production.

5.6. Form vs. Function:

               - At the table and in the kitchen;

               - In trade;

               - In pharmaceuticals and cosmetics;

               - In personal adornment and ludic activities;

               - For illumination;

               - In architecture.

5.7. About the circulation in the Iberian Peninsula.

 

7. Demonstração da coerência dos conteúdos programáticos com os objectivos de aprendizagem da unidade curricular

Os temas abordados no programa – em concreto, o conhecimento acerca da produção e circulação do vidro entre a Idade do Bronze e a Época Romana, com especial destaque para o caso do território peninsular – ajustam-se plenamente aos objectivos de aprendizagem antes delineados. Por outro lado, a abordagem tipológica aos vários artefactos de vidro, quer da Proto-História quer de Época Romana, dotará o aluno de um considerável conhecimento das formas mais comuns e permitir-lhe-á uma rápida identificação na sua futura vida profissional. O programa inclui ainda uma vincada componente metodológica, destinada a preparar os alunos para as realidades práticas do estudo dos artefactos vítreos.

 

7. Demonstration of the syllabus coherence with the curricular unit's objectives

The subjects covered in the syllabus – specifically the data regarding the production and circulation of glass from the Bronze Age to the Roman Period, especially in the Iberian Peninsula – are fully tuned with the learning goals exposed above. On the other hand, the typological approach to the various glass artifacts, both from the Bronze and Iron Ages and from the Roman Period, will endow the students with considerable knowledge regarding the more common materials enabling them to efficiently identify them in their future professional life. The syllabus also encompasses a markedly methodological component, aimed at preparing the students for the practical realities of the study of glass artifacts.

 

8. Metodologias de ensino (avaliação incluída)

Os diferentes temas serão objecto de exposição teórico-prática apoiada em meios audiovisuais (apresentações PPT, vídeos). Está também prevista a realização de sessões práticas (na UNIARQ e no Museu Nacional de Arqueologia) onde os alunos poderão contactar com alguns dos materiais estudados.

Material de apoio e outros recursos (PDF, links para sites de interesse, etc.) são disponibilizados.

A avaliação segue os princípios do Regulamento Geral de Avaliação (RGA) e é feita através da realização de um trabalho (75%). A participação activa nas sessões, apresentação e discussão do trabalho realizado será também valorizada (25%).

 

8. Teaching methodologies (including evaluation)

The different subjects will be the object of theoretical-practical lectures supported by audio-visual media (PPT presentations, videos). Practical sessions are also planned (at UNIARQ and at the Museu Nacional de Arqueologia) in which the students will have the opportunity to make contact with some of the materials under study.

Support material and other resources (PDF, links for on-line resources, etc.) will also be made available.

Evaluation will follow the principles set out in the Regulamento Geral de Avaliação (RGA) and it will comprise the production of an essay (75%). Active participation in the classes, as well as the presentation and discussion of the essay, will also be evaluated (25%).

 

9. Demonstração da coerência das metodologias de ensino com os objectivos de aprendizagem da unidade curricular

Os seminários teórico-práticos permitem complementar a exposição das abordagens mais recentes relativas à caracterização dos diferentes artefactos, às metodologias para o seu estudo e ao seu potencial informativo com um eventual contacto mais prático com os diferentes tipos de vidros estudados, possibilitando a discussão dos problemas inerentes à sua identificação e caracterização.

 

9. Demonstration of the coherence between the teaching methodologies and the learning outcomes

Theoretical-practical seminars allow to join together lectures on the more recent approaches to the characterization of the various artifacts, on the methodologies for their study and on their informative potential with a more practical contact with the different types of glass under study, allowing for the discussion of the issues associated with their identification and characterization.

10.Bibliografia

 (*) ANGELINI, I., GRATUZE, B. & ARTIOLI, G. (2019) – Glass and other vitreous materials through history. EMU Notes in Mineralogy, 3, pp. 87-150.

ANGELINI, I. et alii (2005) – Protohistoric vitreous materials of Italy: from early faience to Final Bronze Age glasses. In: Annales du 16e Congrès de l'AIHV. Nottingham: AIHV. p. 32-36.

ANGELINI, I. et alii (2009) – Final Bronze-Age Glass in Northern and Central Italy: Is Frattesina the only glass production center? In: MOREAU, J. F. et alii (eds.), Proceedings of the 36th International Symposium on Archaeometry. Québec: CELAT.

ARVEILLER-DULONG, V. & NENNA, M. D. (2005): Les verres antiques du Musée du Louvre II : Vaisselle et contenants du I^er siècle au début du VII^e s. après J.-C. Paris.

BARTON, J.; GUILLEMET, C. (2005) – Le verre. Science et Technologie. Les Ulis.

BEAUDOIN, C. (1998): Verrerie d’époque romaine de Maurétanie Tingitane. Bulletin d’Archéologie Marocaine XVIII, p. 141-174.

BREMS, D., DEGRYSE, P., HASENDONCKS, F., GIMENO, D., SILVESTRI, A., VASSILIEVA, E., LUYPAERS, S. e HONINGS, J. (2012): Western Mediterranean Sand Deposits as a Raw Material for Roman Glass Production. Journal of Archaeological Science 39(9), p. 2897-2907.

CINGOLANI, S. (2015): I vetri del Museo archeologico di Tripoli. Archaeopress Roman Archaeology 7. Oxford.

COOL, H. (2016): The Small Finds and Vessel Glass from Insula VI.1 Pompeii: Excavations 1995-2006. Archaeopress Roman Archaeology 17. Oxford.

CONTE, S. et alii (2016) – Unravelling the Iron Age glass trade in southern Italy: the first trace-element analyses. European Journal of Mineralogy, 28, p. 409-433.

CRUZ, M. (2009) – O Vidro Romano no Noroeste Peninsular. Um olhar a partir de Bracara Augusta. Tese de Doutoramento apresentada à Universidade do Minho.

DEGRYSE, P. (ed.) (2014) – Glass Making in the Greco-Roman World. Results of the ARCHGLASS Project. Leuven.

FEUGÉRE, M. (ed.) (1989) – Le verre préromain en Europe Occidentale. Montagnac.

FLEMING, S. (1999) – Roman Glass. Reflections on cultural change. Philadelphia.

FOY, D. & NENNA, M.-D. (eds.) (2003) – Échanges et commerce du verre dans le mond antique. Montagnac.

FOY, D. & NENNA M.-D. (dir.) (2011): CSMVA 3: Corpus des signatures et marques sur verres antiques, vol. 3: Grande-Bretagne et addenda: Pays-Bas, France, Allemagne, Suisse, Croatie, Espagne, Portugal, Grèse, Turquie, mer Noire, Proche-Orient. Aix-en-Provence, Lyon.

FOY, D., LABAUNE-JEAN, F., LEBLOND, C., PRUVOT, Ch., MARTY, M.-T., MASSART, C., MUNIER, C., ROBIN, L. e ROUSSEL-ODE, J. (2018): Verres incolores de L’antiquité romaine en Gaule et aux marges de la Gaule. Archaeopress Roman Archaeology 42. Oxford.

FREESTONE, I. (1991) – Looking into Glass. In: BOWMAN, S. (ed.), Science and the Past. Londres.

GROSE, D. F. (1989) – Early Ancient Glass: Core-Formed, Rod-Formed, and Cast Vessels and Objects from the Late Bronze Age to the Early Roman Empire, 1600 BC to AD 50. Toledo.

HARDEN, D. (1936) – Roman glass from Karanis found by the University of Michigan Archaeological Expedition in Egypt, 1924-29. Michigan.

HARDEN, D. (1981) – Catalogue of Greek and Roman Glass in the British Museum. Volume I. Core and Rod-Formed Vessels and Pendants and Mycenean Cast Objects. Londres.

HENDERSON, J., EVANS, J. & NIKITA, K. (2010) – Isotopic evidence for the primary production, provenance and trade of Late Bronze Age glass in the Mediterranean. Mediterranean Archaeology and Archaeometry, 10:1, p. 1-24.

(*) HENDERSON, J. (2013) – Ancient Glass. An Interdisciplinary Exploration. Cambridge.

(*) HISTORIC ENGLAND (2011) – Archaeological Evidence for Glassworking. Londres.

ISINGS, C. (1957) – Roman Glass from dated finds. Gröningen.

JACKSON, C. M. & WAGER, E. C. (2008) – Vitreous Materials in the Late Bronze Age Aegean. Oxford: Oxbow.

JANSSENS, K. (ed.) (2013) – Modern Methods for Analysing Archaeological and Historical Glass. Chichester: John Wiley.

KLIMSCHA, F., KARLSEN, H.-J., HANSEN, S. & RENN, J. (2021) – Vom Künstlichen Stein zum durchsichtigen Massenprodukt. Innovationen in der Glastechnik und ihre Sozialen Folgen zwischen Bronzezeit und Antike. Berlim.

LE BOURHIS, E. (2008) – Glass. Mechanics and Technology. Weinheim.

MORIN-JEAN, J. (1913) – La Verrerie en Gaule sous l´Empire Roman. Essai de morphologie et de chronologie. Paris.

NENNA, M.-D. (ed.) (2000) – La route du verre. Ateliers primaires et secondaires du second millénaire av. J.-C. au Moyen Age. Lyon.

NENNA, M.-D. & ARVEILLER-DULONG, V. (2000, 2006, 2011) – Les verres antiques du musée du Louvre. 3 Volumes. Paris.

NEWBY, M. (2000) – Glass of Four Millennia. Oxford.

NICHOLSON, P. T. (1993) – Egyptian Glass and Faience. Londres: Bloomsbury.

OPPENHEIM, A. L. (1970) – Glass and Glass Making in Ancient Mesopotamia. Corning.

(*) REHREN, T. & FREESTONE, I. (2015) – Ancient glass: from kaleidoscope to crystal ball. Journal of Archaeological Science, 56, p. 233-241.

ROLLAND, J. (2021) – Le verre de l’Europe Celtique. Approches archéometriques, technologiques et sociales d’un artisanat du prestige au second âge du Fer. Leiden.

RUANO RUIZ, E. (2000) – Las cuentas de vidrio halladas en España desde la Edad del Bronce hasta el Mundo Romano. Madrid.

RÜTTI, B. (1991) – Die römischen Gläser aus Augst und Kaiseraugst. Augst.

Salinas Pleguezuelo, Mª E. (2003): El vidrio romano de Córdoba. Arqueología Cordobesa 8. Córdoba.

SÁNCHEZ DE PRADO, Mª D. (2018): La vajilla de vidrio en el ámbito suroriental de la Hispania romana. Comercio y producción entre los siglos I-VII d.C.. Alicante.

SCATOZZA HÖRICHT, L. A. (1986): I vetri romani di Ercolano. Rome.

SCATOZZA HÖRICHT, L. A. (2012): L’Instrumentum Vitreum di Pompei. Rome.

SCHMIDT, K. (2019): Glass and Glass Production in the Near East during the Iron Age. Oxford.

SHORTLAND, A. (2012): Lapis Lazuli from the Kiln: Glass and Glassmaking in the Late Bronze Age. Leuven.

SILVESTRI, A., MOLIN, G. & SALVIULO, G. (2012): Roman and Medieval Glass from the Italian Area: Bulk Characterization and Relationships with Pcroduction Technologies. Archaeometry 47, p. 797–816.

TAIT, H. (ed.) (2012) – 5000 Years of Glass. Londres.

WEINBERG, G. (1988) – Excavations at Jalame. Site of Glass Factory in Late Roman Palestine. Columbia.

WEINBERG, G. D. (1992) – Glass vessels in Ancient Greece: Their history from the collection of the National Archaeological Museum, Athens. Atenas

WHITEHOUSE, D. (2003) – Roman Glass in the Corning Museum of Glass, III. New York.

WIGHT, K. (2011) – Molten Color. Glassmaking in Antiquity. Los Angeles.

 

Bibliografia específica será indicada no decurso das aulas assim como outros recursos disponíveis na net.

Specific bibliography for each subject will be indicated throughout the sessions, together with other relevant on-line resources.

11.Tempo de atendimento de alunos / Office hours

O horário de atendimento será divulgado no início do ano lectivo.

Office hours will be made available at the beginning of the school year.