Futuros contingentes (5)

2 Março 2020, 11:00 Ricardo Santos

A solução supervalorativista para o problema dos futuros contingentes (Thomason 1970). Uma linguagem formal com estrutura proposicional e com operadores temporais (de passado e de futuro). Uma semântica formal com o objectivo de representar rigorosamente a solução tradicionalmente considerada “aristotélica”: aceitar o terceiro excluído, mas rejeitar a bivalência, de maneira a evitar o fatalismo. O uso de modelos de tempo ramificado. A noção de história e de verdade num momento de uma história. A técnica das supervalorações (Bas van Fraassen 1966) para lidar com ‘gaps’ ou falhas de valor de verdade. Sua aplicação à linguagem temporal. A verdade (num momento) como verdade em todas as histórias (que incluem esse momento), ou ‘super-verdade’. Frases indeterminadas (num momento): verdadeiras em algumas histórias e falsas nas restantes. A validade do terceiro excluído. As conectivas não são verofuncionais. Enriquecimento da linguagem com operadores de verdade e de necessidade (ou inevitabilidade). Avaliação do argumento da batalha naval: o argumento é inválido, uma vez que a regra da eliminação da disjunção (“raciocínio por casos”) não é válida nesta semântica. Principais problemas para esta teoria: (i) condicionais com a forma “A ® VA” não são tautologias (ainda que A tenha como consequência VA); (ii) a coincidência entre verdade e inevitabilidade é objectável; (iii) se os futuros contingentes não são verdadeiros, como é que, em muitos casos, parece correcto afirmá-los ou parece que podemos conhecê-los?