A evocação ficcional da pesquisa atómica: Copenhagen, de Michael Frayn

21 Abril 2020, 15:00 Ângela Fernandes

Reunião de grupo pelo sistema zoom.

Conclusão do estudo da novela “El dueño del átomo”, de Ramón Gómez de la Serna: o tom excessivo e cómico, a par da explicitação de uma discussão filosófica sobre o valor da ciência e sobre a sua relação com o mundo; a figura do cientista “inventor”, fascinado pelo seu objecto de estudo, mas incapaz de controlar plenamente o seu trabalho; o desenlace da narrativa e a advertência sobre a margem de indeterminação e risco da experimentação científica.

O olhar sobre a pesquisa atómica das décadas de 1920-1940 na peça Copenhagen (1998), de Michael Frayn: a estrutura dramática, a oscilação entre tempos históricos e perspectivas pessoais, e o questionamento da memória e da possibilidade de re-encenar ou re-viver; as referências ao contexto histórico e científico, a explicação do processo de “cisão nuclear” e da “Interpretação de Copenhaga da Mecânica Quântica”, e a apresentação da pesquisa científica como um trabalho em rede, ou uma conversa contínua; a sugestão de que as novas teorias físicas de 1920-1930 colocavam “o homem no centro do universo”, e a explícita formulação da dúvida sobre a responsabilidade moral do cientista. Leitura e comentário de passos relevantes do drama.