Não existe um Hamlet. Diz-se de John Gielgud, por exemplo, que foi Hamlet mais de quinhentas vezes. Temos o Hamletde Lawrence Olivier e o de Mel Gibson, o de David Tenant, Adrian Lester, ou Maxine Peake. O «Ser ou não ser» que prefiro foi interpretado por Innokenty Smoktunovsky, num filme de 1964 dirigido por Grigori Kozintsev e Iosif Shapiro (numa versão do texto traduzida para Russo por Boris Pasternak). A versão contemporânea mais notável da peça foi encenada por Yoshihiro Kurita, em 2007. Nesta, o actor Kohchi Hirokazu literaliza a hesitanção de Hamlet, permanecendo sentado de pernas cruzadas à boca de cena durante todo o tempo do espectáculo, enquanto as outras personagens vão surgindo à sua volta. Neste seminário far-se-á um exercício de close-reading de Hamlet, contrastando-se as versões do Q1 e Q2 com a do Folio e discutindo-se as cenas a partir de clips de encenações importantes. Serão convocados para a discussão textos críticos importantes.  É dado acesso aos alunos ao módulo do MIT sobre Hamlet.