A Morte e a Donzela I (Branca de Neve) de Elfriede Jelinek - Uma dramaturgia filosófica
6 Outubro 2015, 16:00 • Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes
Fronteiras entre o sério e o paródico no discurso das personagens de A Morte e a Donzela I (Branca de Neve) de Elfriede Jelinek como exercício de perguntas e busca de respostas com vista à construção de uma dramaturgia de texto. A dessacralização da morte associada à representação do poder: A Morte/Caçador/Mosquete/Verdade/Gigante-Mentira vs. Anão-Verdade executa a Donzela clarividente que não pode ganhar nem o debate nem a condição de existir para sempre como enunciado no conto-arquivo das nossas memórias tão ingénuas quanto ansiosas por harmonia.
A ironia de se ser mulher, a faculdade de tentar conduzir da melhor maneira possível a sua existência, e o facto de não ser capaz de fazer vingar entre os demais seres da natureza o esplendor da sua pessoa conduzem ao seu perecimento como Branca de Neve. Esta conjuntura não só elege como tema o exercício de violência de que é alvo, como também torna premente a questão de género como matéria não resolvida.
Leituras recomendadas:
- IRMÃOS GRIMM (Jakob e Wilhelm Grimm) 2012, Conto da Infância e do Lar, Tradução, Introdução e Notas de Teresa Aica Bairos, Coordenação Científica de Francisco Vaz da Silva, Primeira Edição Integral, Volume I, Lisboa: Temas e Debates / Círculo de Leitores, pp. 397-400, 413-426.
- JELINEK Elfriede, 2015, A Morte e a Donzela I – V. Dramas de Princesas, Tradução de Anabela Mendes, dactiloscrito. Lisboa: Artes & Engenhos.
- SELLAR, Tom (ed.) I am a Trümmerfrau of Language. Entrevista de Elfriede Jelinek a Gitta Honegger in Theater, Durham: Duke University, Yale School of Drama, Volume 36, Number 2, 2006, pp. 21-38.