A Teoria da História da Arte em balanço. Apresentação do Programa.

26 Janeiro 2021, 15:30 Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão

Sinopse: objectivos gerais

O programa da disciplina visa definir conceitos, fundamentos, objectivos fundamentais e também limites da História da Arte como ramo científico da Ciência das Humanidades que visa estudar, interpretar, avaliar e dialogar com as obras artísticas. Importa, assim, estruturar as bases de teorização dos fenómenos de criação, recepção, re-criação e fruição, com recurso ao estudo de artistas, movimentos estéticos, correntes, posições críticas e discurso das obras segundo uma reflexão plural. Dá-se enfoque à Iconografia e à Iconologia, instrumentos operativos da ciência histórico-artística, e ao modo como a disciplina foi posta em prática desde Aby Warburg e Erwin Panofsky, passando por E. H. Gombrich, Ernst Cassirer, Meyer Schapiro, Gertrud Bing, Frances Yates, Michael Baxandall, George Kubler, David Freedberg, George Didi-Huberman, Daniel Arasse,  e vários outros, até à Sociologia da Arte (Pierre Francastel), ao marxismo (Frédéric Antal, Nicos Hadjinicolaou), ao feminismo e outras correntes ‘de género’, e à tradição recente de estudos iconológicos (Hans Belting), sem esquecer as visões de Umberto Eco e Arthur C. Danto sobre a arte, a fim de se explicar a operacionalidade do pensamento iconológico na sua análise.

Estudam-se as essências e transcendências da imagem artística (obras de arte) e os seus tipos comportamentais (trans-contextuais, trans-memoriais), os fenómenos de repulsa e fascínio (iconofilia, iconoclastia), recorrendo a exemplos antigos, medievais, modernos e contemporâneos. Aborda-se a prática da História da Arte à luz da sua base de teorização com enfoque nas correntes positivistas e formalistas, na História Social da Arte, Semiótica, Psicologia da Arte, nas correntes que estudam o «género», como o Feminismo, e na chamada História da Arte Total, com suas visões globalizantes. A disciplina visa dar um balanço necessário sobre os problemas teóricos a par do bom uso das novas metodologias pluri-disciplinares no campo da investigação em História da Arte, sem perder nunca a conceptualização analítico-descritiva-crítica dos fenómenos do mundo da criação que envolvem o facto artístico

Assim, o programa da disciplina estrutura-se, com naturalidade, por estes e outros pontos de análise, propondo uma reflexão sobre os modos de ver a arte e de problematizar tanto o acto criativo como a sua plena fruição.


Plano geral:

1. A História da Arte e a globalização: eppure si muove…

1.2. Consciência da trans-contemporaneidade das artes.

1.2. Perspectivas e discursos: os conceitos de aura (Benjamin) e de inexprimível (Adorno).

1.3. Fortuna crítica da globalização: mercado, consumismo e discurso das artes.

1.4. Globalização, arte e progresso: como investigar com a arte, hoje.

1.5. História e Crítica da Arte, um destino comum.


2. A Iconologia como proposta metodológica.

2.1. História das imagens e das ideias expressas pelas imagens, ou a alternativa às correntes positivistas, deterministas e formalistas.

2.2. Antecedentes da Iconologia: desde Jacob Burckhard a Aby Warburg (1866-1929), a Fritz Saxl (1890-1948), a Erwin Panofsky (1892-1968) e à criação do Warburg Institute.

2.3. Desenvolvimento do método: a obra de Panofsky e suas relações com a Filosofia, a Semiótica, a Psicanálise e a Antropologia. Heranças panofskianas: a iconologia como disciplina humanística.

2.4. Problemas de ordem metodológica, teórica e prática na definição do pensamento iconológico: Hans Belting (1935-) e Georges Didi Hubermnn (1953-).

2.5. A «Nova Iconologia»: renovação de usos, métodos de análise e bases interpretativas.


3. Da Antiguidade Clássica à Idade Moderna: o surgimento da Teoria da Arte.

3.1. A scintilla divina de Alberti.

3.2. A ideia e a prisca pictura de Francisco de Holanda.

3.3. Conceito de liberalidade artística. A Emblemata de Alciato, a Iconologia de Ripa, as obras de Horapollo, Colonna, Valeriano, Otto Vaenius. O movimento neoplatónico de Florença: o pensamento de Marsilio Ficino.

3.3. A Contra-Reforma católica. Princípios estéticos de Trento (Cesare Baronio). O combate ao iconoclasma protestante. O decorum. Renovação iconográfica: a ars senza tempo.

3.5. Estética como ética: um novo humanismo no campo das artes. Benito Arias Montano e a defesa da bondade inata das artes. Arte para crer ? Ver para crer ? Ou crer na arte ? 

 

4. A época contemporânea: novas visões, novas globalizações.

4.1. Uma História da Arte ideologicamente comprometida: novos géneros de pesquisa. A Art Brut (Prinzhorn, Dubuffet). O Feminismo (Griselda Pollock, Linda Nochlin). Os estudos pós-coloniais: conceitos de mestiçagem e miscigenação (Peter Burke, Serge Gruzinski). A micro-história da arte (Ginzburg). A disciplina face a novos géneros artísticos nela integrados (Fotografia, BD, Land Art, Street Art, Arte Digital, Art Brut, etc). 

4.2. O iconoclasma e a iconofilia na era contemporânea: o poder imenso e a fragilidade absoluta da obra artística. A visão iconológica face à «arte degenerada» e à «arte de resistência» (a propósito da produção artística hitleriana, mussoliniana, estalinista, franquista e salazarista). Os iconoclasmas do milénio.

4.3. A era da reprodutibilidade das artes: Walter Benjamin. Do original à banalização da réplica.

4.4. A visão iconológica (Nova Iconologia), o marxismo (Frederick Antal, Theodor Adorno, Nicos Hadjinicolaou) e a possibilidade de ‘novas vanguardas’ na viragem do milénio (Hobsbawm e o debate em torno da ‘morte das vanguardas’).

4.5. O conceito de História da Arte total e como parte integrante de uma interpretação globalizante das obras de arte particulares.


5. Conclusões.

5.1. De Ripa-Baudoin à Ciência das Imagens de Warburg e Panofsky.

5.2. A liberdade criadora, a indústria cultural e os conceitos de artworld (Danto).

5.3. A Iconologia face às suas múltiplas abordagens (sociológica, marxista, filosófica, psicanalítica, semiótica). A dimensão cripto-artística. De Arthur Belting à Nova Iconologia: novas problematizações.

5.4. Teoria da trans-contemporaneidade das artes.

5.5. História da Arte total. Sentido e limites da abordagem iconológica.


Avaliação:

Um teste (presencial ?) a 6 de Abril (data a confirmar) e um Trabalho Prático (ficha de reflexão teórica) a entregar até 20 de Abril, evvetulmente com apresentação / discussão, se for possível, em aula complementar na última semana desse mês.


Textos para reflexão:
  
1º texto:  
A noção de PROGRAMA ARTÍSTICO é o objectivo fundamental de uma História de Arte moderna, actuante, útil, operativa, socialmente comprometida. Como disse Warburg, «a História da Arte mais não é do que a investigação orientada e sempre interdisciplinar que visa o entendimento globalizante (estético, histórico, ideológico, contextual, etc) das obras de arte particulares à luz da compreensão dos seus ’pontos de vista’ intrínsecos, isto é, das condições culturais, políticas, socio-económicas, laborais, de perdurações e continuidades, de ideologias, etc – numa palavra, «o entendimento iconológico das obras»
(ABY WARBURG, 1866-1929)


2º texto:
 «A SINGULARIDADE é idêntica à sua forma de se instalar no contexto da tradição. Esta tradição é, ela própria, algo de inteiramente vivo, de extraordinariamente mutável. Uma estátua antiga de Vénus, por exemplo, situava-se num contexto tradicional diferente, para os gregos que a consideravam um objecto de culto, e para os clérigos medievais que viam nela um ídolo nefasto. Mas o que ambos enfrentavam da mesma forma era a sua singularidade, por outras palavras, a sua AURA».
Pretende-se entrever aqui as relações entre tudo o que parecia disperso e amalgamado, numa capacidade de perceber as relações, afinal estreitas e clarificantes, entre a matéria bruta e o imaginário da produção de bens de consumo.
(WALTER BENJAMIN, A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica, 1936).


3º texto:
«Diz o gramático indiano ao barqueiro: sabes gramática? E quando este responde que não, ele diz-lhe: perdeste metade da tua vida. Diz o barqueiro ao gramático, quando a barca se vira: sabes nadar? e quando este responde que não, ele diz-lhe: então perdeste toda a tua vida. Mas o que poderia haver de melhor que um gramático que soubesse nadar e um barqueiro que percebesse de gramática ?»
(UMBERTO ECO, Sobre os Espelhos e Outros Ensaios, Difel, Lisboa, 1989, p. 52).


BIBLIOGRAFIA 

•ADORNO, Theodor W., Asthetische Theorie, Frankfurt am Main (trad., Teoria Estética, Edições 70, 1970). •AFONSO, Luís Urbano, O Ser e o Tempo. As Idades do Homem na Tumulária Gótica Portuguesa, ed. Caleidoscópio, Lisboa, 2003. •AGAMBEN, Giorgio, «Aby Warburg e la scienza senza nome», Aut aut, nº 199-200, Nuova Italia, 1984. •ARASSE, Daniel, On n’y voit rien, Paris, Denoel, 2000. •ARGAN, Giulio-Carlo, Immagine e persuasione, Milão 1986; trad. Arte e Crítica de Arte, Estampa, 1995. •Hans BELTING, Likeness and Presence: a history of the image before the era of art (trad. Brasileira: Semelhança e Presença. A história da imagem antes da era da arte, Ars Urbe, Rio de Janeiro, 2010). •AVELAR, Mário, Ekphrasis: o poeta no atelier do artista, Lisboa, Cosmos, 2006. •BEGEMAN, Edgert Haverkamp, Creative Copies, 1998. •BELTING, Hans, The End of the History of Art ?, University of Chicago Press, 1987. •Idem, Likeness and Presence: A History of the Image before the Era of Art, University of Chicago Press, 1997. •Idem (com Mitch Cohen e Kenneth J. Northcott), Art History after Modernism, University of Chicago Press, 2003. •Idem, Florence and Baghdad: Renaissance Art and Arab Science, Paris, 2011. •Idem, Antropologia da imagem: meio-imagem-corpo. Trad. portuguesa, Ymago. •BENJAMIN, Walter, «A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica», publicado na revista do Institute for Social Research, de 1936 (trad. port.: Walter Benjamin, Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política, introd. de T. W. Adorno, ed. Relógio de Água, Lisboa, 1992). •BELTING, Hans, The Global Art World. A Critical Estimate, ed. com Andrea Buddensieg, Ostfildern 2009. •Idem, L´Histoire de l´Art est-elle finie? Paris: Ed. J. Chambon, 1989. •BEARDSLEY, Monroe C., e HOSPERS, John, Estética. Historia y fundamentos. Cátedra, Madrid, 1990. •BESANÇON, Alain, L’image interdite. Une histoire intellectuelle de l’iconoclasme, Arthème Fayard, 1994. •BLUNT, Anthony , Artistic Theory in Italy, 1450 to 1600, Oxford, 1940 (La teoría de las artes en Italia del 1450 a 1560. Madrid: Cátedra, 1979).•BOLVIG, Axel e Ph. Lindley (coord.), History and Images. Towards a New Iconology, Turnhout, 2003. •BOZAL, Valeriano ed alii, Historia de las ideas estéticas y de las teorías artísticas contemporâneas, 2 vols, Visor, Madrid, 2000. •BURKE, Peter, What is Cultural History ?, London, Polity, 2008. •CALABRESE, Omar, Como ler uma obra de arte, trad. port., Ed. 70, Lisboa, 1999.•CASSIDY, Brendan (coord.), Iconography at the Crossroads, Princeton University, 1993; •CASTIÑEIRAS GONZÁLEZ, Manuel, Introducción al Método Iconográfico, ed. Ariel, Barcelona, 1998. •CHRISTIN, Olivier, Une révolution symbolique. L’iconoclasme protestant et la reconstruction catholique, Paris, 1991. •CIERI VIA, Claudia, Nei dettagli nascosto. Per una storia del pensiero iconologico, Carocci, Roma,1994. •CLARK, Timothy, Image of the People: Gustave Courbet and the 1848 Revolution, Berkeley, University of California Press, 1973 (trad.: Image du peuple: Gustave Courbet et la révolution de 1848, Les Presses du Réeel, 2007). •Idem, The Absolute Bourgeois: Artists and Politics in France, 1848–1851, Berkeley, University of California Press, 1973 (trad.: Le Bourgeois Absolu. Les Artistes et la Politique en France de 1848 À 1851, Art édition, 1992. •COLLINGWOOD, C.,The Principles of Art, Oxford, Oxford University Press, 1974. •DANTO, Arthur C., After the End of Art. Contemporary art and the Pale of History, Philadelphia, 1987. •IDEM, The Transfiguration of the Commonplace, Cambridge, Harvard University Press, 1981. •DESWARTE, Sylvie (coord.), À travers l'image. Lecture iconographique et sens de l'oeuvre. Actes du Séminaire CNRS Histoire de l'art et iconographie, dir. Catherine Monbeig-Goguel, Paris, Klincksiek, 1994. •DICKIE, Georges, Introduction to Aesthetics. An Analytic Approach, New York, 1997 (trad. de Rolando Almeida, El circulo del arte, una teoria del arte, Paidos, Barcelona, 2005). •DIDI-HUBERMAN, Georges, L’Image Survivante. Histoire de l’art et temps des fantômes selon Aby Warburg, Paris, Éditions de Minuit, 2002. •IDEM, Ce que nous voyons, ce qui nous regarde, Paris, 2007. •DUBOIS, Claude-Gilbert, Le Bel Aujourd’hui de la Renaissance. Que reste-t-il du XVIe siècle?, Seuil, 2001. •FRANÇA, José-Augusto, Memórias para o Ano 2000, Livros Horizonte, Lisboa, 2000.•Idem, O Ano X. Lisboa, 1936. Estudo de Factos Socioculturais, ed. Presença, 2010. •FREEDBERG, David, (ed. francesa), Le Pouvoir des Images, Paris, Monfort, 1998.•GÁLLEGO, Julián, Imágenes y simbolos en la pintura española del Siglo d’Oro, Cátedra, Madrid, 1968. •GELLNER, Ernest, Pós-modernismo, razão e religião. Sobre as principais correntes de pensamento actuais, Piaget, 1994.•GINZBURG, Carlo, A Micro-História e outros ensaios, Difel, col. ‘Memória e Sociedade’, Lisboa, 1992. •GOMBRICH, E.H., Aby Warburg: an Intellectual. Biography, 2ª ed., London, 1986 (ed. Aby Warburg: una biografia intelectual. Alianza Forma, Madrid, 1992.•Idem, Symbolic Images. Studies in the Art of the Renaissance, Phaidon Press, Londres, 1972 (trad.: lmágenes simbólicas. Estudios sobre el arte deI Renacimiento, Alianza Ed. Madrid 1983).•Idem, Los usos de las imagenes, Debate, Barcelona, 2003 (trad.).•Idem, “The Social History of Art”, in Meditations on a Hobby Horseand Other Essays on the Theory of Art, London, Phaidon Press, 1963, pp. 86-94. •GOMES, Hélder, Relativismo Axiológico e Arte Contemporâneda. Critérios de Recepção Crítica da Obra de Arte – Uma leitura de Filosofia da Arte de Arthur C. Danto, Dep. Filosofia Universidade Coimbra, 2002. •GONÇALVES, Flávio, História da Arte. Iconografia e Crítica, Lisboa, INCM, 1983. •HADJINICOLAOU, Nicos, «La Liberté guidant le peuple de Delacroix devant son premier public», Actes de la Recherche en Sciences Sociales, nº 28, 1979, pp. 3-26. •Idem, Histoire de l’art et lutte des classes, Maspero, Paris, 1973. •Idem, Art History and Class Struggle, London, Pluto Press, 1978. •HALL, Stuart, Questions of Cultural Identity, London, 1996 (trad. brasileira, A Identidade cultural na Pós-Modernidade, ed. Rio de Janeiro, 1999). •HASKELL, Francis, L’Historien et les Images, Paris, Gallimard, 1995. •HAUSER, Arnold, The Social History of Art, London, Routledge & Kegan Paul, 2 vols., 1951 (ed. de 1962). •Idem, Mannerism: The Crisis of the Renaissance and the Origin of Modern Art, London, Routledge & Kegan Paul, 1965. •HENIN, Emmanuelle, ‘Ut Pictura Theatrum’. Théatre et Peinture de la Renaissance italienne au Classicisme français, Droz, Genève, 2007. •HOBSBAWM, Eric, Através dos tempos: declínio e queda das vanguardas do século XX (título original Behind the times - the decline and fall of twentieth-century avant-gardes), Campo de Letras, Porto, 2001. •KHUN, Thomas, A estrutura das revoluções científicas, ed. Brasileira, Perspectiva, S. Paulo, 2003. •LAPA, Pedro, Linguagem e Experiência. Obras da Colecção da Caixa Geral de Depósitos, Culturgest, Lisboa, 2010. •LESCOURRET, Marie-Anne, Aby Warburg ou la tentation du regard. Biographie, Paris, Hazan, 2014. •LYOTARD, François, The Postmodern Condition (1979), ed. Manchester University Press, 1984. •LÓPEZ TORRIJOS, R., La mitología en la pintura espanola dei sigla de oro, Ed. Cátedra, Madrid 1985. •MÂLE, E., L 'art religieux en France. Armand Colin. 3 vols. Paris, 1985. •PACHECO, F., El Arte de la Pintura (1649), ed. Cátedra Madrid, 1990.•PANOFSKY, Erwin, Estudos de Iconologia. Temas humanísticos na arte do Renascimento (Oxford, 1939) (ed. Lisboa, Estampa, 1986). •Idem, ldea. Contribución a la historia de la teoría del arte, Ed. Cátedra. Madrid, 1982. •Idem, Meaning in the Visual Arts (Garden City, New York, 1955) (trad. port., O Significado nas artes visuais, Lisboa, ed. Presença). •Idem, Renascimento e Renascimentos na Arte Ocidental, trad., Lisboa, ed. Presença, 1981 •RIBEIRO, António Pinto, Questões Permanentes , Ensaios escolhidos sobre cultura contemporânea, Lisboa, Livros Cotovia, 2011. •SCHMITT, Jean-Claude, Le corps des images. Essais sur la culture visuelle au Moyen Âge, Paris, Gallimard, 2002. •SEBASTIÁN, Santiago, Contrarreforma y barroco, Madrid, Alianza. •SCHAPIRO, M., Estudios sobre el arte de la Antigüedad tardía, el cristianismo primitivo y la Edad Media, Alianza, Madrid 1987. •SERRÃO, Vitor, A Cripto-História da Arte. Análise de Obras de Arte Inexistentes, Horizonte, Lisboa, 2001. •Idem, A Trans-Memória das Imagens. Análise Iconológica de Pintura Portuguesa (sécs. XVI-XVIII), Lisboa, Cosmos, 2007. •WARBURG, Aby M., Images from the Region of the Pueblo Indians of North America (1923), trad. e estudo de Michael P. Steinberg, Cornell University Press, 1995. •Idem, Essais Florentins, ed. Kliensick, 1990. •Idem, The renewal of Pagan Antiquity, intr. Kurt W. Foster, The Getty Research Inst., Los Angeles, 1999. •Idem, El renacimiento del paganismo-Aby Warburg, ed. Felipe Pereda, Elena Sánchez Vigil, Alianza, 2005. •WITTKOWER, Rudolf, e WITTKOWER, Margot, Born Under Saturn: The Character and Conduct of Artists, New York, 1963. Idem, Allegory and the Migration of Symbols, Thames & Hudson, 1977.