Balanço sobre as Matérias Ministradas nos Pontos 1, 3 e 4 do Programa.

10 Maio 2017, 08:00 Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão

Balanço geral das matérias ministradas. O papel da História da Arte com o aval que a Teoria das Artes lhe transmite, reforçando o seu grau de intervenção. A História da Arte é cada vez mais um serviço público com causas sociais e com força de intervenção política. Aprender a fruir a Arte e a História (a sua e a de todos), nem que seja a partir das ruínas que procedem da devastação das guerras e da cupidez das rapinas, ajuda a avivar as identidades culturais. Vem, aliás, recriar aquilo que podemos chamar 'pontos de encontro entre as diferenças', acima das barreiras étnicas, religiosas, linguísticas, culturais ou ideológicas. Em suma: os indícios testemunhais do património aproximam. Recentemente, por causa das novas guerras de cobiça que fragilizam o mundo (sempre em nome da intolerância cega na busca do lucro desenfreado), o tema tem sido alvo de muitas aproximações, destacando-se o sentimento de que as artes têm. sem dúvida, um forte potencial de reconciliação. Dessa esperança humanizada registo o depoimento de uma refugiada síria, arquitecta e museóloga, que ainda há poucos dias nos lembrava ser a arte uma linguagem universal para enfrentar a morte. O campo cultural mobiliza e unifica, traz consciência esclarecida sobre as valências desse 'bem comum', esclarece as pessoas contra o fel da intolerância e do preconceito, reforça pontes em nome das identidades mais fundas, e ajuda a construir um sentido de cidadania de partilha. São valores essencialíssimos da Democracia, um campo imenso de trabalho: a fruição das artes é um potencial de reconciliação. Se bem pensada e usada, a História da Arte é mesmo um serviço público com causas sociais fortíssimas.