25 Março 2021, 17:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
Toda e qualquer Cultura produz conhecimentos sobre o seu passado. Neste sentido amplo : " história é a forma espiritual como uma Cultura conta o seu passado ..." Johan Huizinga ( 1872- 1945 ) ,1921. Num sentido restrito , bem mais objectivo , de Passado como objecto de estudo critico, daquilo que chega a saber- se de Passado através do inquirir , a História é uma forma intelectual de conhecimento que emerge em grego no século V a.c. .É necessário não confundir estes dois sentidos . É necessário, também, não confundir Informação ou representação própria com Conhecimento . Não tornar equivalente ou igual o Diferente , como se tudo fosse reino de opinião individual mesmo o trabalho da especializada comunidade de conhecimento . Existiram e existem diferentes tipos e variantes de conhecimento temporal como , por exemplo , os de memorial, ideológico, erudito, critico, etc.
Os Tempos em sucessão integrativa levam á Diferenciação mas não separação Passado, Presente, Futuro : " ... a História refere-se a acontecimentos e objectos passados mas a evidência que justifica estas referências deve sempre ser presente ..." ( M.G. Murphey, 1973 ). Não existe Historiar sem Traços coevos sobreviventes ( semióforos da investigação ).Esses Sinais sobreviventes são provas de mundos humanos vivos outrora existentes/ presentes. Possuem hierarquias, razões, poderes de sobrevivência, persistência, integração mas não são duplos nem transparências da realidade e da totalidade outrora existente. São descritos e explicados por Diferentes Programas
de Historiar com diversas capacidades de prova e de razão .
É necessário analisar os Traços sobreviventes e integrados .Qual a sua emergência ? Qual o processual de transmissão, conservação, persistência entre passado e presente ? Hoje, a quantidade e a qualidade informativa desses traços tornam-se base empírica de investigação se serialmente organizados, se cruzados de forma sistemática e extensiva, se selecionados ,analisados, relacionados para o Problema a Historiar ( O quê ?, Quem ? , Quando ?, Onde ? , Como ? , Porquê ? ).
Bibliografia
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Ancient Egypt " in A. Feldherr e G. Hardy ( ed. ) -
The Oxford History of Historical Writing , vol I : Beginings to AD 600, Oxford, O,U.P. , 2011, p.53-75 .
Huizinga, J. -
El Concepto de Historia y otros ensayos, México, F.C.E. , 1946.
Murphey, Murray -
Our Knowledge of the Historical Past, N. York, Merrill, 1973.
Van Seters, John -
In Search of History : Historiography in the Ancient World and the Origins of Biblical History , Indiana, Eisenbrauns, 1997 (" Egiptian historiography " , pag. 127 - 187 ).