8 Abril 2021, 17:00
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Luís Filipe Sousa Barreto
Tempo e Espaço , em todas as áreas de conhecimento , incluindo História , ganharam ao longo do século passado crescente peso problemático .A partir de meados do século XX , alguns programas mais avançados de investigação proclamam a História como " ... ciência dos homens no tempo ..." March Bloch ,1941.O mesmo com, por exemplo , G. Kubler , 1962 " ... a descoberta das múltiplas formas de tempo ..." ou F.Furet, 1971 " ...o objecto especifico da investigação histórica : o estudo do tempo, da dimensão diacrónica dos fenómenos ...". Hoje, sabemos que o Tempo Histórico , para alem de sucessão e de duração é integrativo, uma precisa diferenciação mas não separação de passado ,presente, futuro "... não existe limite entre passado e presente ..." ( F. Braudel, 1955 ) e " ... o passado é um invisível par de óculos que usamos constantemente e através do qual percebemos o mundo e o mundo percebe-nos ..." ( D. Anthony,2006 ).
O registo escrito de informação sobre actos, humanos ou divinos , passados é uma constante e uma continuidade das culturas e sociedades sem e com escrita.( desde o III milénio a.c. ). A partir do século V a.c. ocorre uma descontinuidade com o surgimento da História , uma forma de conhecimento, que visa não apenas registar a informação do ocorrido mas , também , descrever e explicitar o acontecido. A História / Inquérito nasce em grego entre Literatura, poesia e tragédia, Filosofia , natural e política, Ciência, Medicina e " Geografia " .É este o berço cultural de emergência do Historiar e este Lugar , Cultural e Epistémico , tem sido uma constante até aos nossos dias .Em diferentes tempos e lugares a História respira diálogo e tensão, aproximação e distanciamento, frente á Literatura , Filosofia e Ciência.
Leitura comentada de passagem de Heródoto ( Livro 1,1.1 ).O proclamar do objectivo da investigação como o Porquê ? / " razão " do acontecido conflito entre Gregos e Persas e a lógica factual realista da exposição das investigações.
Diálogo com os alunos acerca da diferença entre informação e conhecimento. O caso da investigação histórica sobre o 25 de Abril . O historiador recolhe informação directa e indirecta, de participantes institucionais, individuais, etc de testemunhas e de testemunhos , recolhe também, opiniões mesmo, as elementares/ monistas que reduzem o acontecido a uma dual oposição ,etc . Reunindo um dossier factual o mais plural e aberto a investigação histórica começa quando se analisa a pluralidade situada de posições e de informações , quando se consegue descrever e explicar as relações de posição e de oposição.