O Lugar da História Universitária - técnicas / modalidades do Historiar

4 Maio 2021, 11:00 Luís Filipe Sousa Barreto

Ao longo dos séculos XX e XXI , na maioria dos programas de historiar, existe um consenso operatório sobre os modos de fazer conhecimento histórico. Consenso que assenta numa trilogia teórica, prática, metódica  de : Crítica Histórica e  de Métodos Qualitativos e  Métodos Quantitativos , vindos / adaptados sobretudo  das Ciências Sociais  e  Ciências   Culturais. 

Os métodos qualitativos mais habituais no Historiar são : comparativos , formais / tipo ideal , simbólicos, biográficos / prosopográficos. Os métodos quantitativos mais usados no historiar são os estatísticos com destaque para os de análise   factorial , análise , de variação,  análise serial. Métodos qualitativos e quantitativos que são mutuamente complementares e que surgem misturados / combinados. 
A Crítica Histórica  está organizada em externa /  de  Erudição  e  interna / Hermenêutica Histórica.  A crítica de erudição   implica a de restituição  ( original, cópia, falso ) e a de proveniência ( data, lugar, registo, genealogia da transmissão ). A interna assenta nos postulados de : imanência ,autonomia, conjunto, interdependência.  A combinação da Crítica Histórica, método geral da história profissional, com os métodos vindos das Ciências Sociais / Culturais cria mecanismos de descrição, interpretação, explicitação, explicação que fazem do Historiar um campo de conhecimento com fundamentação provável , com probabilidade e prova de razão. 
O macro campo do Historiar está especializado em quatro grandes áreas , com   subespecialidades e especificidades  internas  , que são: História Social, História Cultural, História Política  e História Económica.  Múltiplos programas de investigação desenvolvem cada uma destas macro áreas ou levam a combinações entre elas .Embora sob o signo da especialização,  mesmo de um caos disciplinar, estas quatro áreas possuem comuns pois são fronteiras abertas e porosas de passagem e de contaminação plural. Possuem uma comum, ou pelo menos partilhada ,  racionalidade temporal e espacial cada vez mais problemática e dialogal  .