Para um Modelo da Historiografia Europeia

23 Abril 2020, 16:00 Luís Filipe Sousa Barreto

O problema e obstáculo de uma fundamentada história do Historiar/Conhecimento Histórico a que chamamos Historiografia tem antes de mais a ver com as limitações de prova e de razão do próprio  Tempo Histórico.Sem um Tempo Histórico aprofundado e elucidado nas  suas lógicas  temporais- situacionais ,   de permanência e de  mutação , de transmissão e  de  grande transformação,de acumulação e de progressão ,  torna-se muito difícil traçar Identidades e Diferenças Temporais- Processuais .Daí que , em vez de uma História da História  tenhamos  uma  História de Historiadores,  muitas vezes, tão só uma sucessão cronológica    dos mesmos.

A mero título de hipótese olhemos para um primeiro panorama ,  na mais longa duração,  da Historiografia Europeia .Regra geral,  o que a investigação produz são estudos de caso ,  internalistas e individuais/grupais,  neste ou naquele momento.Sinal de que a História  descreve e explicita melhor o sincrónico- estabelecido   que o diacrónico- transformativo ,o pontual-situacional que o transformativo-processual na mais longa duração.
Uma primeira aproximação-hipótese a um modelo deste tipo tem de definir  e seriar grandes constantes tipológicas  de Historiar criadas pelos resultados-resultantes dos  consensos e controvérsias, afinidades e distanciamentos, transmissões e  desaparecimentos ,   entre programas e projectos de Historiar e os seus produtores / fazedores , os Historiadores.
A nossa hipótese passa por quatro  Grandes Transformações-Idades do Historiar Europeu .A  Idade da  Fundação , séculos V a II a.c. em língua grega até á presente Idade Transdisciplinar , séculos XX e XXI , em     múltiplas  línguas ,  não só europeias , dado que a partir dos finais do século XIX e ao longo do século passado o historiar europeu tornou-se a norma -padrão do historiar mundial académico- profissional. e tal não tanto pelo Historiar mas sim pelo padronizar mundial do Tempo e do Espaço,dos pesos,medidas,normas de relacionamento nacional e internacional. 
Fundamentar esta hipótese de Lógica Temporal da Historiografia  implica resolver o Enigma do Tempo Histórico,  ser capaz de dar prova e razão do   Acontecimento ao   Processo, da Emergência á Permanência.
Muita saúde ,bom trabalho  e sempre em diálogo escrito á vossa disposição.