Livre arbítrio (3)

14 Abril 2016, 18:00 Ricardo Santos

Aprofundamento e discussão da Objecção 2 da aula anterior: o que é o indeterminismo na física quântica e porque parece alhear o sujeito das suas decisões, que aconteceriam sem razão. À luz desta discussão, refinamento da definição do incompatibilismo não-libertário (“As leis físicas são tais que, sejam deterministas ou indeterministas, não deixam espaço para a liberdade”). Compatibilismo: ideia fundamental da liberdade como ausência de impedimentos externos. Por que razão a ideia fundamental precisa de ser refinada (exemplo do agorafóbico). Apresentação do refinamento de Frankfurt: liberdade como correspondência entre decisões de 1ª ordem e desejos de 2ª ordem. Objecção 1: a definição é demasiado fraca (os desejos de 2ª ordem e de ordem superior poderiam ter sido “impostos” ao sujeito de maneira tal que, intuitivamente, o sujeito não é livre). Generalização da objecção 1: dada qualquer condição adicional para que haja liberdade, podemos construir um exemplo onde a condição é satisfeita de maneira forçada pelo sujeito, de maneira tal que, intuitivamente, o sujeito não é livre. Apresentação do compatibilismo que quer preservar também a liberdade de fazer diversamente: S podia fazer P se e somente se há uma situação possível (onde o passado pode mudar um pouco, mas S fica com o mesmo carácter) onde S faz P. Objecção 2: a definição é demasiado forte (exemplo do político ambicioso).