Visitação: o primeiro auto de Gil Vicente

10 Outubro 2016, 10:00 Maria João Monteiro Brilhante

Leitura do auto da Visitação também conhecido como auto do Vaqueiro. O que nos diz a rúbrica inicial acerca das circunstâncias em que o auto foi representado: no quarto da rainha Maria, aquando do nascimento do príncipe João e perante alguns dos membros da família real.

Explicação do editor (Luís Vicente) para o facto de um auto que não é "de devoção" fazer parte do Livro primeiro da Compilação: justamente ter sido a primeira "cousa que o autor fez e que em Portugal se representou". O auto permite continuar a discutir a relação entre a circunstancialidade dos autos de Gil Vicente (associados à vida da corte e às encomendas do Rei ou da Rainha Velha D. Leonor) e a sua autonomia (de que faz parte a consciência da autoria e da sua dimensão ficcional e metafórica). 
Interpretação do texto para reconhecimento da sua dimensão teatral (criação do espaço e tempo da representação, identificação das acções para o corpo do vaqueiro, marcas da acção na enunciação proferida pelo vaqueiro, interpelação dos espectadores, em particular da Rainha).
Os dois planos de leitura do auto: o presente do nascimento de João e o passado de há 1502 anos do nascimento de Jesus. Composição do presépio e da adoração dos pastores através da visitação.