PREPARAÇÃO DO TRABALHO DE TTF/EF
30 Novembro 2015, 12:00 • Adriana Veríssimo Serrão
- Investigação: uma pesquisa bibliográfica sobre o tema (tema geral ou /e temas específicos, e/ou conceitos). O seu trabalho deverá integrar, pelo menos, um estudo (livros, partes de livros, artigos de revista) pertinentes para o tema e duas obras instrumentais (enciclopédias, dicionários, vocabulários de Filosofia).
Depois de ter definido o projecto de trabalho (plano geral), que incidirá sobre dois textos de dois autores, de o ter apresentado na aula e discutido com a professora e os colegas, iniciará a fase seguinte: elaboração de um plano pormenorizado e redacção.
- Elaboração de um plano pormenorizado: Depois de ter delimitado o tema e os textos de trabalho, de ter escolhido a bibliografia de apoio e de ter realizado as leituras essenciais, e antes de iniciar a redacção, deverá elaborar um plano que permitirá ordenar (dar ordem) os conteúdos de modo coerente.
- O plano constitui a estrutura essencial, o "esqueleto" que vai permitir "arrumar" as ideias, distinguir o essencial e o acessório e conferir ao texto final coerência conceptual, clareza discursiva e vivacidade argumentativa. Sem o plano podemos uma ideia vaga do tema a tratar, mas dificilmente a transformaremos num "todo articulado" (Kant).
Um bom plano permite avançar com segurança. Evita repensar constantemente o caminho, errar, vaguear, cair em sucessivas repetições. Protege-nos das situações-limite: "não tenho nada para dizer" ou "o que tenho para dizer não cabe em X páginas".
- Um plano-tipo não existe; depende do tema e também do método utilizado. Em geral, é composto de uma estrutura central e de articulações (como um tronco desdobrado em ramos). As divisões correspondem aos grandes temas que devem ser destacados e identificados.
ÍNDICE |
A leitura do Índice permite captar imediatamente a estrutura /sequência temática/ do trabalho.
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Pode vir no início ou no fim. |
INTRODUÇÃO |
Deve definir com precisão o conteúdo do trabalho (o tema). - Deve identificar com precisão o problema. Evitar subjectivismos e estilo opinativo. Pode ser escrita no final.
Para trabalhos mais avançados: Situa o tema na obra geral do autor |
É a apresentação geral do problema em grandes linhas (o ideal será que o tema seja um problema preciso, formulado como problema filosófico). Levanta interrogações e anuncia o caminho que vai ser seguido ("intro-duzir": "inserir dentro de", "fazer entrar em"). Deixa as soluções "em aberto". |
DESENVOLVIMENTO |
A sequência das partes deve seguir uma progressão e manter a continuidade. Deve ser progressivo e contínuo.
Como princípio geral deve partir do texto (explicação) e ir avançando para a reflexão.
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O problema deve ser repartido em grandes sub-problemas, correspondendo cada um a uma das partes, que devem ser numeradas (1, 2, 3..., A, B, C..., I, II, III... Cada parte deve ter um título. Estas partes podem ser por sua vez divididas (parágrafos...,), mas num trabalho pequeno será de evitar muitas divisões.
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CONCLUSÃO |
Sintetiza o caminho percorrido, o ponto a que se chegou, realça as conclusões, as respostas às perguntas feitas.
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Encerra um caminho, nunca definitivamente terminado. Apresenta o "saldo" da reflexão. Torna o texto completo em si mesmo. |
BIBLIOGRAFIA
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Organizada por secções. |
Seguir as normas indicadas. Só inclui o que foi efectivamente lido ou consultado. |
A revisão
– Tão importante como a elaboração do texto é a revisão.
– O seu texto destina-se a ser lido. Colocar-se no papel do potencial leitor.
– Rever cuidadosamente o português: conferir a ortografia (não são admitidos erros ortográficos!) e cuidar da sintaxe (a correcção da "letra" é condição da inteligibilidade das ideias).
– "Limpar" as repetições.
– Conferir cuidadosamente as citações.
– Cuidar do aspecto formal (itálicos, aspas - quando abertas, devem ser fechadas -, notas de rodapé).
– Cuidar da apresentação. Escolher um tipo de letra sóbrio, o espaçamento (1,5 ou 2 linhas). Evitar "infantilidades": imagens, desenhos meramente decorativos.
Princípios gerais a observar
- Partir sempre do comentário de texto e do diálogo com os filósofos estudados.
- Distinguir o que é uma ideia do(s) autor(es) ou uma posição nossa.
- Exprimir-se com rigor conceptual e clareza de linguagem.
- Recusar o pedantismo.
Critérios de avaliação
Coerência da estrutura
Rigor dos conteúdos
Profundidade reflexiva
Correcção dos aspectos formais
Qualidade da escrita
Para a próxima aula:
Aristóteles, Hannah Arendt, Maria Zambrano