A linha anti-naturalista da Antropologia:

28 Abril 2020, 10:00 Adriana Veríssimo Serrão

28 de Abril (aula não presencial, sem contacto com os alunos, leccionada via Zoom)

 

Aula: A linha anti-naturalista da Antropologia: o Homem não pode ser reduzido às capacidades naturais, nem pode ser compreendido como “ser natural”, mas sim como “ser cultural”.

 

a. a descrição da origem da espécie humana no mito de Prometeu: como um ser deficiente, desprovido de capacidades naturais, mas provido de dons “roubados aos deuses” (conhecimentos e técnicas). (ver aula anterior).

 

b. Herder: Ensaio sobre a origem da linguagem: o homem, naturalmente não-natural: ser pobre de instintos e sem ambiente natural determinado (diferentemente dos animais). Entre lacuna e compensação. A cultura como compensação activa e criativa de uma deficiência. O homem, ser de linguagem. A formação da linguagem como processo que se dá na interioridade. Não “grito das impressões” (Rousseau), mas a palavra como expressão de sentido. A cultura como ampliação da esfera de vida. A diversidade das culturas, formas dinâmicas de adaptação ao meio.

(ver: textos de Herder já estudados e o meu

– “O adeus à essência. Natureza, cultura e carácter na antropologia filosófica da época mo­­derna", Philosophica, 15 (2000), 135‑149.

Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/10451/11819

  

(Embora previsto, não foi dado o ponto relativo a Ernst Cassirer).

 

Próxima aula: Georg Simmel, Der Fremde, “O Estrangeiro” ou “O estranho”?

 

 

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA / ANTROPOLOGIA E CULTURA

Docente: Adriana Veríssimo Serrão

5 de Maio de 2020

 

Esta prova incide sobre a matéria leccionada e será realizada com consulta dos textos obrigatórios.

Deverá localizar todas as referências textuais e bibliográficas.

Serão desclassificadas as respostas que não incidam directamente nas questões.

As respostas serão avaliadas em função: a) do nível de conhecimento da matéria; b) da adequação às questões formuladas; c) da com­preen­são e rigor da exposição; d) da clareza e correcção da expressão escrita; e) da maturidade de pensamento e espírito crítico.

 

INDICAR NOME COMPLETO, NÚMERO E CURSO

 

Enviar até 18horas de 5 Maio (limite último)

 

I. Escolha um dos seguintes temas:

 

A. A partir da análise do romance A Peste, de Albert Camus.

1. Mostre motivos de interesse deste livro para a compreensão da Antropologia e seus problemas.

2. Analise uma personagem e caracterize o modo como ela identifica uma atitude humana fundamental perante a Epidemia.

 

B. A partir da análise do filme Baraka, de Ron Fricke.

1. Analise um tópico relevante, estabelecendo uma comparação entre duas culturas diferentes.

2. Interprete o ponto de vista (o olhar) do realizador/observador e caracterize o modo como esse olhar pode, ou não, contribuir para o conhecimento da diversidade humana.

 

II. Neste ponto, solicita-se que estabeleça uma comparação entre distintas interpretações da questão “Todos iguais, todos diferentes”.

Deverá partir dos textos de Herder sobre “a unidade do género humano e a diversidade das culturas” e comparar esta perspectiva com outra posição estudada em aula (Todorov, Simmel, Cassirer) ou com outra à sua escolha (devidamente identificada).