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5 Maio 2020, 10:00 Adriana Veríssimo Serrão

ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA / ANTROPOLOGIA E CULTURA

Docente: Adriana Veríssimo Serrão

Época Especial de Avaliação: Dia 5 de Junho de 2020 – 10h-13h

 

(Se houver algum problema, estarei contactável durante o período do exame)

 

Poderão realizar a prova em word ou, se preferirem, à mão, mas, neste caso, terão de digitalizar antes de me enviarem.

 

As respostas deverão chegar até às 13h e 30 m para:

adrianaserrao@letras.ulisboa.pt

ou

adrianaserrao@fl.ul.pt

 

 

Esta prova incide sobre a matéria leccionada e poderá ser realizada com consulta dos textos obrigatórios.

Deverá localizar todas as referências textuais e bibliográficas.

Serão desclassificadas as respostas que não incidam directamente nas questões.

As respostas serão avaliadas em função: a) do nível de conhecimento da matéria; b) da adequação às questões formuladas; c) da com­preen­são e rigor da exposição; d) da clareza e correcção da expressão escrita; e) da maturidade de pensamento e espírito crítico.

 

 

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PROVA ESCRITA

 

INDICAR NOME, NÚMERO E CURSO

 

Leia com atenção o enunciado, para poder organizar o tempo disponível.

 

 

I. Neste ponto, solicita-se que caracterize de modo claro e sintético as seguintes definições, todas elas respostas clássicas à pergunta “O que é o Homem?”, indicando os autores e obras/textos em que estas concepções são defendidas:

1. O Homem como ser deficiente.

2. O Homem como ser anti-social.

3. O Homem como ser perfectível.

 

 

II. A questão da unidade e diversidade do género humano está no centro da Antropologia da época moderna e teve um notável precursor em Johann Gottfried Herder.

Pede-se um comentário do excerto seleccionado, que clarifique a posição de Herder no contexto do debate entre Natureza e Cultura. Para tal, deverá identificar e esclarecer as categorias centrais aqui presentes:

 

“Se, na natureza, não existem duas folhas iguais numa árvore, ainda menos encontramos dois rostos e duas organizações humanas que se assemelhem. De que infinita diversidade é a nossa estrutura rica em artifícios capaz! […]

Mas como a inteligência humana busca a unidade na diversidade e o entendimento divino, à imagem do qual foi criado, associou por toda a terra a unidade à infinita multiplicidade, podemos também deduzir do gigantesco reino das transformações a proposição mais simples: o género humano é uma só e mesma espécie sobre a terra. […]

Finalmente, desejaria que não se exagerassem as distinções dentro do género humano resultantes de uma ciência louvável. Foi assim que alguns ousaram designar como raças quatro ou cinco divisões daquele, divisões essas originariamente introduzidas segundo regiões e cores; não vejo motivo para tal designação. Raça indica uma origem diferente que ou não se verifica ou que compreende em todos os climas, sob todas estas cores, as mais diversas raças. Pois todo o povo é um povo: tem uma morfologia nacional, tal como possui uma língua; é certo que o clima lhe conferiu determinadas características, o cobriu com um véu ligeiro, mas isto que não destrói a imagem originária da nação. Esta estende-se às famílias e as suas transições são tão variadas quanto imperceptíveis. Em suma, não existem sobre a terra quatro ou cinco raças, nem variedades exclusivas. As cores fundem-se umas nas outras; as formas dependem do carácter genético; e, no seu todo, mais não são do que matizes de um e mesmo quadro que se estende a todos os locais e tempos. Não pertencem, assim, nem à história natural sistemática, nem à história físico-geográfica da humanidade.” Johann Gottfried Herder, II Parte da obra Ideias para uma filosofia da história da Humanidade. (1785)

 

 

III. Na actualidade, a Antropologia foi recusando as concepções muito gerais acerca de uma essência humana universal e uniforme e procurou sobretudo compreender diferentes modos da relação concreta entre Eu e o Outro, ou entre Nós e os Outros.

Este ponto é composto de duas questões (A e B), sendo em que cada uma delas tem a possibilidade de escolher (1 ou 2).

 

A. Como olhamos o Outro que é diferente de nós?

1. Apresente a posição de Georg Simmel sobre o Estrangeiro.

2. Apresente a posição de Tzvetan Todorov sobre o Exotismo.

 

B. Serão semelhantes ou radicalmente diferentes as atitudes humanas perante a morte?

1. Analise uma personagem do romance A Peste de Albert Camus e caracterize o modo como ela identifica uma resposta humana em face da Epidemia.

2. Analise um tópico relevante do filme Baraka, de Ron Fricke, estabelecendo uma comparação entre duas culturas diferentes.