O Plano-sequência no musical: J. Demy, "Les Demoiselles de Rochefort" (1967)

24 Outubro 2017, 10:00 Fernando Guerreiro

1. o Cinema e a dança: 1) não só imagens em movimento mas imagens que dançam; ii) a dança como problematização e exponenciação do movimento; iii) o corpo flutuante do espectador; iv) funções: explicar/ resolver impasses do real; incorporação/ modalização do tempo nos corpos e nas imagens;
2. o "universo"( "em-cantar") de J. Demy: i) fechado (perfeito) e aberto (ao real, imaginário); continuidade língua/ poesia, fala/ canto, gesto/ dança; iii) um cinema do (des/re-)encontro: acaso e destino; iv) um cinema total (órfico) de um real acrescentado ("nomear musicalmente as coisas"; 3) o plano-sequência como corporização da "forme ballade" da Nouvelle Vague francesa (Deleuze): 3.1. a continuidade permite o "acabamento" da acção como canto/dança;  3.2. o trabalho sobre o Tempo como extensão ou duração: precipitação no "aqui"=presente (dança) ou projecção no "tempo longo" do passado ou futuro (canto); 4) plano do género: um cinema do "entre" - dos géneros (masculino / feminino: gemelidade/ androgenia) e dos registos (musical/ melodrama); vi) uma dupla influência.  o musical americano (clássico:MGM, e moderno: "West Side Story") e a tradição francesa (do "realismo poético" ao cinema de "variedades"); estética (jazz) de fusão: uma "ópera  popular cantada" (Deleuze) .
* projecção da abertura do filme e de clipss musicais: de  Les Parisiennes, "Il fait trop beau pour aller travailler" (1962) e Spike Jonze.
Bibliografia: textos de JoséMmanue Costa/ António Rodrigues e Jonathan Rosenbaum na pasta da cadeira