"Shirin" de Abbas Kiarostami: a epifania do rosto

12 Outubro 2017, 10:00 Fernando Guerreiro

1. uma prática das imagens no quadro de uma cultura iconófoba: uma concepção não mimética ou figurativa mas ornamental/ decorativa das imagens;
2. um cinema do real: 2.1. uma ética do olhar e do respeito pelas coisas; 2.2. aberura ao acaso do real e ao imprevisto da forma; 2.3. crítica do ilusionismo mimético; 2.4. dissociação do signo cinematográfico; 2.5.  mais presentificação do que representação;
3. "Shirin" (2009): um dispositivo (teoria) da literatura, 3.1. a sala de cinema como camêra escura com ecrã como interface com o imaginário do espectador; 3.2. inversão da experiência de Koulechov; 3.3. o som como 3D da imagem; 3.4. construção (escultura) do rosto do espectador.
* projecção dos 20mns finais do filme e da sequência do "ícone" de "Mata.Hari" (Georges Fitzmaurice) com Greta Garbo