Caminhar no Gelo de Werner Herzog - um diário de viagem a pé
23 Maio 2016, 14:00 • Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes
SAÍDA DE CAMPO à exposição de Manuel Valente Alves e Clara Cabanas, Andar nas nuvens – duas propostas para um diálogo entre a terra e os céus
Casa-Museu Medeiros e Almeida (16:00 – 17:30)
Pequena mostra de fotografia de um cão (terra), vídeo de nuvens, mar e areia e retrato de nuvens obtidas pelo processo de colódio húmido. Inspiração dos artistas: O Jogo das Nuvens de Goethe e dois quadros de Jan van Goyen, pintor holandês do séc. XVII, que pertencem ao espólio da Casa-Museu.
Fomos solicitados pela ideia de movimento e circulação no espaço mas também pelo intrínseco movimento do que estava exposto: em obra de Manuel Valente os objectos revelavam movimento próprio que representava energia natural; em obra de Clara Cabanas as imagens estavam fixas e só eram captáveis em visão periférica.
No exterior da Casa-Museu tivemos a felicidade de observar um céu de cirrus batidas pelo vento.
Caminhar no gelo de Werner Herzog – um diário de viagem a pé entre Munique e Paris. Leitura e comentário de algumas passagens da obra com o propósito de nela descobrirmos o homem que caminha, o cineasta que observa e se comenta na paisagem e o filme da narrativa entrecortada pelos dias.
O absurdo e o grotesco do discurso diarístico de Werner Herzog, causado pelo desgaste da caminhada, chamaram a nossa atenção. Fizemos leitura de um poema de Jakob van Hoddis, O fim do mundo (Weltende), de 1911, e que é representativo do Expressionismo Alemão, corrente estética familiar a Herzog.
Leituras recomendadas:
BARRENTO, João 1989, A Poesia do Expressionismo Alemão, Lisboa: Editorial Presença, p. 75.
HERZOG, Werner, 2011, Caminhar no Gelo, tradução de Isabel Castro Silva, prefácio de Pedro Mexia, Lisboa: Tinta-da-China.