Perigosidade das nuvens

7 Março 2016, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

Ainda a Glória da Manhã, uma nuvem prodigiosa e invulgar, que gosta de aparecer entre oceanos. Preferencialmente entre o Índico e o Pacífico.

Podemos também comprovar, em relação às nuvens, a tendência muitas vezes obstinada do ser humano pôr à prova a sua vontade, que é própria da espécie, em se desafiar perante situações de perigosidade. É o caso desta nuvem – a Glória da Manhã - que Luke Howard nunca chegou a conhecer e que, por isso, não consta da sua taxonomia. O mesmo já não poderemos afirmar sobre a Cumulonimbus ou a Nimbostratus que frequentemente ocorrem em céus britânicos, país de origem do farmacêutico e meteorologista, e também nos nossos céus.

Se é verdade que há pessoas que vão no encalce das nuvens com o desejo de delas se apossarem para as fruírem, e são variados esses procedimentos e riscos, muitos foram, são e serão aqueles que ao criarem nuvens artificiais contribuem para o nosso mais acelerado perecimento. Estão nesta categoria os Contrails que propiciam o sobreaquecimento da Terra, desencadeando o chamado efeito de estufa ou, mais grave ainda, são aquelas nuvens que resultam do lançamento de todo o tipo de bombas, incluindo as bombas atómicas que caíram sobre Nagasaki e Hiroshima.

Exercício de contemplação de nuvens artísticas propiciado por fotografia (a continuar).

 

Leituras recomendadas:

GOETHE, Johann Wolfgang von 2003, O Jogo das Nuvens, selecção, tradução, prefácio e notas de João Barrento, Lisboa: Assírio & Alvim.

PRETOR-PINNEY, Gavin 2007, O Mundo das Nuvens – História, Ciência e Cultura das Nuvens, tradução de Sofia Serra, Cruz Quebrada: estrelapolar, pp. 11-331.

 

Obras contempladas:

HAMBLYN, Richard 2011, Extraordinary Clouds, Devon: David and Charles

PRETOR-PINNEY, Gavin 2012, Clouds that look like things, London: sceptre.