Utopia e perspetiva revolucionária
6 Dezembro 2017, 14:00 • ALVA MARTINEZ TEIXEIRO
O objetivo fundamental no filme: a organização dialética da diegese. Os momentos de quebra e a convergência de forças externas e ações humanas na criação de uma mudança que projeta os protagonistas numa nova fase de vida e num novo ‘sistema de revolta’. A projeção do cego Julião na ficção.
A terceira fase do filme: a fase do ‘cangaço’. Os ‘equívocos’ na trajetória de Manuel: a negação da vaga metafísica na diegese e a gradativa descida do voo messiânico (o retorno ao pragmatismo de Rosa). O subtil deslocamento de Manuel e Rosa dos eventos centrais: o protagonismo no desfecho do duelo entre Antônio e Corisco. A libertação de Sebastião e Corisco em favor da imediatez.
O tema central: a perspetiva revolucionária e a utopia. As matrizes da metáfora central do filme: a imagem marítima glauberiana. A combinação do paraíso sonhado pelos descobridores, a Utopia de More e as crença milenaristas populares para propor a revolução.
A genealogia do mar glauberiana: a História do Brasil, os mitos populares brasileiros e a História do Cinema.
A figuração utópica e as profecias de Antônio Conselheiro.
A ligação mar/ilha: o imaginário original brasileiro e as lendas do Novo Mundo. A Utopia de More. A dialética entre o projeto prático/irrealizável da Utopia no filme glauberiano. A negação e a afirmação paradoxal do Éden em Deus e o diabo na terra do sol.
BIBLIOGRAFIA:
MALAFAIA, Wolney Vianna (2012): Imagens do Brasil: O cinema Novo e as metamorfoses da identidade nacional [Tese de Doutorado em História, Política e Bens Cuturais apresentada ao Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil]: