O pós-guerra e as fantasias de Michael Powell e Emeric Pressburger
22 Outubro 2015, 16:00 • Mário Jorge Torres Silva
Michael Powell e Emeric Pressburger e a criação de um estrutura produtiva, fora do contexto das fantasias históricas e exóticas de Alexander Korda: a emergência de The Archers; a variedade de produtos, entre os thrillers de guerra (como The Spy in Black), os melodramas excessivos ((como Black Narcissus) e os musicais baléticos e operáticos (como Red Shoes ou The Tales of Hoffmann); a criação de um espaço escapista especificamente britânico com viagens oníricas pela História, pelo Império, pelas ruínas da tradição gótica (I Know Where I Am Going) ou pela tradição literária mais profunda (estranhamente presentificada em A Canterbury Tale)
Início do visionamento comentado de A Matter of Life and Death (Michael Powell e Emeric Pressburger, 1946): um olhar retrospectivo sobre as ocorrências da guerra recente, sob a estranha forma de uma parábola sobre a vida e a morte, bem como sobre o livre arbítrio; a capacidade de o filme reflectir sobre o cinema dentro das formas fílmicas - os paralíticos, os diálogos que se referem à utilização da cor, as formas primitivas de fixar a imagem como experimentação; o uso provocatório do preto e branco para as sequências celestiais e do glorioso technicolor para a terra; as variações sobre o amor louco num filme que se aproxima das estratégias surrealistas.