Do "Nouveau Roman" a "Marienbad" (1)

14 Novembro 2016, 14:00 Fernando Guerreiro

1. a 2ª modernidade do pós-guerra em França (1945-1959): dois momentos: na Literatura, o "Nouveau Roman", no Cinema, a "Nouvelle Vague";

2. uma nova concepção de cinema: a "caméra-stylo" de Alexandre Astruc (1948): uma forma mais directa, instrumental de cinema como "caligrafia"= escrita das emoções e do pensamento (o exemplo de "Citizen Kane" de Orson Welles, 1941);

3. o "Nouveau Roman": um "novo realismo" (Robbe-Grillet)? "Criação" não "reprodução" ("representação") do real:

3.1. uma "école du regard" (Barthes): literatura óptica, objectiva; realismo míope (do "pormenor"); estética das "superfícies"; "exterioridade" das coisas (vs)  sua interpretação= significação (Robbe-Grillet);

3.2. centralidade da "descrição": óptica, total e exaustiva; mais "horizontal" (sintagmática)>vector do Espaço do que "vertical" (paradigmática)>vector do Tempo; fragmentação/ descontinuidade do "pormenor" (vs) articulação narrativa; literalidade (denotação) não "conotação" (crítica da Metáfora);

3.3. autorreferencialidade= noção de "escrita";

4. relações entre Literatura e Cinema (B. Pingaud): 4.1. "espectacularização" da linguagem (literatura)/ "discursivização" do cinema : incorporação/ interiorização do discurso ( função do "comentário" em <off>, de "Citizen Kane" ao documentário de Alain Resnais); 4.2.da crítica da fatalidade da imagem e do carácter "visual" do cinema ao cinema da "duração" (o "tempo" como objecto).

* projecção da CM de Alain Resnais, "Le Chant de Styrène" (1958), com texto de Raymond Queneau.

Bibliografia: Roland Barthes, "Littérature objective " (pasta da cadeira)