"Cleópatra" (Cecil B. De Mille, 1934) e a representação da História no derradeiro fôlego do chamado "Pre Code"
6 Outubro 2015, 14:00 • Mário Jorge Torres Silva
Conclusão do visionamento comentado de Cleópatra (Cecil B. De Mille, 1934): o final da primeira parte do filme, com a morte de Júlio César, a rebelião das forças republicanas e a ascensão do candidato a líder do eminente Império, Octávio Augusto; a inclusão quase anedótica nos diálogos de referência ao famoso solilóquio de Marco António, "Roman, countrymen, lend me your ears", da tragédia romana de William Shakespeare; a intertextualidade tripartida do filme - com o registo histórico disponível, nomeadamente Plutarco, com a matriz literária, shakespeareana (e não só) e, sobretudo, com a lenda da rainha egípcia, "devoradora de homens" e lídima representante do seu sexo; a radicação visual do filme num imaginário devedor da pintura histórica de finais do século XIX, desde os vitorianos aos simbolistas, passando pelos pompiers franceses.