John Ford e o "western" - entre a epopeia e a tragédia

22 Outubro 2015, 14:00 Mário Jorge Torres Silva

Para uma breve história do Western, entre a primitiva tentativa de The Great Train Robbery (Edwin S. Porter, 1903) e a grande ressurreição do género com Stagecoach (John Ford, 1939): as oscilações de gosto; a passagem pela série B nos anos 30; a sobreposição de tropos específicos, desde o duelo até às personagens mais ou menos estereotipadas; a hipótese da existência de subgéneros e as contradições do Western como epopeia da conquista do Oeste, mas também como narrativa trágica.

Início do visionamento comentado de She Wore a Yellow Ribbon (John Ford, 1949): a intromissão de um lado anti-épico na epopeia - a convivência inicial com a morte e o envelhecimento do herói; o uso sistemático da música enquanto comentário coral à açção; a conformação aos tropos típicos dos géneros e a intrusão de um olhar diferente sobre a perda e sobre o lado sacrificial do herói colectivo; para uma reformulação do papel da mulher no Western; John Wayne - repetição e variações sobre uma persona única; John Ford , cineasta católico - o sacrifício e a redenção; a importância da cor na dimensão pictórica do filme, revisitando a pintura do Oeste do século XIX.