"She Wore a Yellow Ribbon" (John Ford, 1949):
27 Outubro 2015, 14:00 • Mário Jorge Torres Silva
Brevíssimo olhar sobre a carreira cinematográfica de John Ford, desde os melodramas irlandeses. até a uma pluralidade de registos que incluem a comédia e o filme-de-guerra, com especial destaque para a estratégica colocação de Westerns clássicos, entre as obras-primas do mudo (The Iron Horse, 1924) e um grande Western revisionista (Cheyenne Autumn, 1964): um sublinhado na década de 1940, iniciada com um grande drama social, The Grapes of Wrath (1940) e com um dos apogeus da poética fordiana, How Green Was My Valley (1941) - ambos conferindo óscares ao cineasta, embora contendo alguns dos seus Westerns mais paradigmáticos, como My Darling Clementine (1945) ou Fort Apache (1948).
Conclusão do visionamento comentado de She Wore a Yellow Ribbon (John Ford, 1949): a construção da narrativa como uma balada épica, seguindo paradigmas clássicos; a inscrição do filme numa fulcral trilogia, que foi denominada como Trilogia da Cavalaria, embora sempre mitigando o lado apologético do género e apresentando já uma complexa visão sobre o extermínio dos nativos e, sobretudo sobre a violência; as personagens estereotipadas e a sua progressiva densidade psicológica; o endeusamento da paisagem, com Monument Valley enquanto ícone duma epopeia em vários capítulos acumulativos; a montagem e a coreografia da câmara, traçando panorâmicas sobre terra e céu.