"I'd Climb the Highest Mountain" (Henry King, 1951): a simplicidade significativa da Americana
3 Novembro 2015, 14:00 • Mário Jorge Torres Silva
Henry King, o grande mestre da Americana - um percurso essencial pelo género:o papel central de State Fair (1933), à volta da figura carismática de Will Rogers, metaforizando a América rural numa feira estadual, com os seus concursos de gado, de especialidades gastronómicas ou com os jogos tradicionais, gerando indestrutíveis elos comunitários; The Gunfighter (1950), o Western visto pelo lado nostálgico da Americana; Wait Till the Sun Shines Nellie (1952), a história de uma típica pequena cidade americana, revisitada pelas memórias de um barbeiro de província em tempos de parada comemorativa da sua fundação.
Conclusão do visionamento comentado de I'd Climb the Highest Mountain (Henry King, 1951): o confronto entre a fé e o agnosticismo; a nostalgia como ideologia e fim último de olhar atento à essencialidade da terra como raiz inescapável; o pastor protestante e as múltiplas facetas da tolerância; a doença e a morte como factores desequilibradores de um mundo centrado na ideia de Deus e na entreajuda da pequena comunidade microcósmica; para uma metafísica do lugar onde; os pequenos amores e as pequenas traições num universo provinciano e limitado da casa e da cidadezinha; a abnegação e o amor do próximo enquanto princípio cristão de superação do desejo erótico.