King Vidor: uma visão telúrica da América profunda

5 Novembro 2015, 14:00 Mário Jorge Torres Silva

King Vidor, o cineasta da América profunda, envolvente e telúrica: Our Daily Bread (1934), a exaltação dos valores da revolução americana na recuperação social e política da terra em tempos de Depressão; An American Romance (1944), o canto da indústria e do desenvolvimento; Duel in the Sun (1946), uma alternativa trágica e altamente erotizada ao epos do Western e ao ethos da Americana.

Início do visionamento comentado de Ruby Gentry (King Vidor, 1952):o melodrama exótico e a figuração da mulher como ser desafiador  e essencial; a narrativa em flashback, ocultando a perturbante presença da força feminina como desejo erótico puro e letal; a duplicidade de narradores em off e a função da câmara enquanto desequilíbrio de aparentes harmonias iniciais; a terra como mãe e como força destruidora; as fúrias do desejo e deveres sociais e hierárquicos do Sul; Jennifer Jones e a persona que revisita, depois de Duel in the Sun, de força sexuada primordial, sob o disfarce de tomboy; a mulher fatal e a morte.