Raoul Walsh e a densidade  narrativa e psicológica do "filme de acção"

19 Novembro 2015, 14:00 Mário Jorge Torres Silva

Raoul Walsh  e a sua importância como "pequeno mestre" de quase todos os géneros passíveis de inclusão na designação global de filme de acção: gloriosos gangster movies como The Roaring Twenties (1939); westerns tradicionais como They Died with Their Boots On (1941) ou renovadores como Pursued (1947); prodigiosos filmes de guerra, como Objective Burma (1945) ou The Naked and the Dead (1958) ou uma série de muito influentes swashbucklers, de que Captain Horátio Hornblower (1951) é porventura o mais famoso.

Início do visionamento comentado de Sea Devils (Raoul Walsh, 1953): a concepção estilizada de um filme de capa-e-espada, ambientado no período das invasões napoleónicas, com tons subtis de paródia do género; a relevância da construção dos cenários interiores, credibilizando um argumento algo frágil e fragmentário; a ascensão de Rock Hudson a estrela de uma certa dimensão, depois de vários anos como tarimbeiro nas aventuras exóticas da Universal; o exotismo de Yvonne de Carlo, uma das "rainhas do technicolor", aproveitado ao máximo num filme em que o decorativismo é uma das peças fundamentais.