Allan Dwan - para uma revisão dos géneros clássicos por um pioneiro da indústria

26 Novembro 2015, 14:00 Mário Jorge Torres Silva

A longa carreira de Allan Dwan, iniciada em 1911: pontos culminantes atingidos porventura ainda nos tempos de Cinema Mudo, com Robin Hood (1922) ou The Iron Mask (1929, já parcialmente sonoro), dois veículos para as acrobacias da superestrela do swashbuckler, Douglas Fairbanks, e Zaza (1923) ou Manhandled (1924), comédias concebidas por medida para a grande Gloria Swanson; uma longa travessia do deserto das pequenas produções ou mesmo da série B, com a clara excepção de duas das melhores películas de Shirley Temple - Heidi (1927) e Rebecca of Sunnybrook Farm (1938), para emergir com um carismático filme de guerra, para um pequeno estúdio, a Republic, Sands of Iwo Jima (1949); a estilização da fase final, sobretudo com o produtor Benedict Bogeaus, incluindo Westerns como Silver Lode (1954), aventuras exóticas como Escape to Burma (1955) ou The River's Edge (1957) e filmes de ficção científica, como The Most Dangerous Man Alive (1961).

Início do visionamento comentado de Slightly Scarlet (Allan Dwan, 1956): a tradição dos filmes de gangsters, revista pela densidade atmosférica do film noir; a eficácia da série B ao serviço de uma produção ambiciosa, em que a qualidade da reconstituição de interiores e a mise-en-scène relevam de um produto de um grande estúdio; o enquadramento do grande formato e a maestria do enquadramento; a relação complexa com o grande melodrama dos anos 50, no modo como se filmam escadas, as salas, as partições, os espelhos, ou as personagens femininas e os seus jogos de sedução; a noção rigorosa do timing e das simetrias espaciais.

Entrega corrigida dos testes para avaliação de conhecimentos.