O "peplum" e a História como metáfora

1 Outubro 2015, 14:00 Mário Jorge Torres Silva

Cecil B. de Mille e a sua função de pioneiro de Hollywood, rodando filmes de diversos géneros desde 1914: a especialização no peplum, sobretudo no épico bíblico, desde os tempos do mudo com The Ten Commandments ou The King of Kings, até às suas obras paradigmáticas finais, Samson and Delilah (1949) e o derradeiro filme, The Ten Commandments (1956).

Breves linhas de identificação do peplum como género: a sua origem na indústria italiana; a sua adopção por Hollywood ainda na década de 1910, sobretudo como resultado da importância da história bíblica na cultura norte-americana.

Início do visionamento comentado de Cleopatra (Cecil B. de Mille, 1934): o erotismo e a História; as relações complexas entre a ficção e as matrizes literárias, nomeadamente, para a primeira parte do filme, Caesar and Cleópatra de George Bernard Shaw ou Julius Caesar de Shakespeare; a importância dos adereços, a arte egípcia filtrada pela Art Déco; a entrada de Cleópatra em Roma e a inserção de massas figurantes no plano; a importância dos diálogos da América dos anos 30, num simulacro de Roma pré-imperial; penteados, guarda roupa e adereços de uma Roma reconfigurada pelo presente da narrativa; a relevância da concepção do filme em duas partes praticamente correspondentes aos amores da rainha do Egipto, primeiro por Júlio César, depois por Marco António.