A proposição d' Os Lusíadas: a relação intertextual com a Eneida de Virgílio; o trabalho de amplificatio.

O texto de Camões e o texto de seus contemporâneos: afinidades e contrastes.

A valorização do "canto" e a revelação de uma poética: da necessidade de "engenho e arte" até ao desejo de uma "fúria grande e sonorosa".

A Carta XII (livro I) de António Ferreira: a imitação da Arte Poética de Horácio; o valor da "boa imitação"; regras, leis, "medida"; a relação entre "arte" e "engenho".

Jerónimo Corte-Real, contemporâneo de Camões: o Sucesso do Segundo Cerco de Diu (c. 1568? 1.ª ed.: 1574); o texto e seus paratextos, na cópia manuscrita iluminada e na editio princeps. 

Os Lusíadas (1.ª ed.:1572): o texto e seus paratextos; presenças e ausências; notas para uma comparação com a obra de J. Corte-Real.

O intróito do Sucesso do Segundo Cerco de Diu (c. 1568) e de La Araucana, de Alonso de Ercilla (1.ª parte: 1569): para uma reflexão acerca do horizonte poético de Camões.

O discurso profético na Crónica do Emperador Clarimundo donde os reis de Portugal decendem (1522): profecia e pseudo-profecia; uma leitura da História de Portugal; características de uma celebração poética (a marca dos clássicos e dos italianos; o modelo do triunfo; o verso de arte maior e a tradição dos cancioneiros).

A ode I (livro I) de António Ferreira: o "amigo da língua" e a revitalização de géneros clássicos; a lição de Horácio e a prática da  imitatio ; a "ideia" da epopeia - o apelo ao canto heróico.

Desejo de celebração da História/desejo de celebração heróica: tópicos e sua actualização.

Expectativas e experiências: o caso de Arcitinge, de Cataldo Sículo; a profecia de Fanimor, na Crónica do Emperador Clarimundo, de João de Barros.   

A epopeia na poética classicizante do século XVI: a lição dos Antigos e a defesa da língua vulgar; o género e seu prestígio (cf. "Prólogo" do Memorial das Proezas da Segunda Távola Redonda, de Jorge Ferreira de Vasconcelos); modelos e códigos (o lugar da Eneida de Virgílio).    

Informação relativa ao funcionamento da unidade curricular: programa, bibliografia, calendarização, avaliação, horário e local de atendimento.*

* A avaliação basear-se-á em três elementos: dois exercícios escritos presenciais (9  de Março; 4  de Maio) e um trabalho ( a entregar até 15 de Abril), com igual peso na média final. Serão tidos em conta: a) a qualidade e amplitude da informação mobilizada; b) a capacidade de entendimento, de relação e de problematização; c) a qualidade da escrita, com destaque para a correcção gramatical, a clareza, a ordem, a busca de perfeição; d) o rigor deontológico. A aprovação na disciplina exigirá uma média positiva nos testes presenciais.