Podemos sentir empatia por um robot?

19 Abril 2021, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

ABRIL                                        2ª FEIRA                                  11ª AULA

 

19

Alexandre Pieroni Calado

 

Sessão 2 - Podemos sentir empatia por um robot?
Na segunda sessão, gostaria de conversar sobre a hipótese de Meyerhold ter pensado a actividade do actor como um trabalho psico-motor de produção de excitação. Para consubstanciar esta ideia de base, sugiro uma segunda incursão pelo texto de Kleist para o articular com a segunda parte do texto «The Fairgound Booth» e com alguns fragmentos sobre «The biomecanics», de Meyerhold; depois, gostaria de relacionar o trabalho de Meyerhold com a noção de «reflexo», de Vladimir Bekhterev, e com uma ideia de «cascata neuroquímica das emoções», tal como é apresentada por António Damásio.

 

Indicações de leitura:

 

Meyerhold on Theatre, «18. Biomechanics» (pp. 243-247)

+ «The Fairground Bouth - Two puppet theatres» (pp.154-169)

https://b-ok.cc/book/2665103/37685d

 

Damásio, Self comes to Mind, «Triggering and Executing emotions» (pp.89-91)

https://b-ok.cc/book/1078749/d62f63?dsource=recommend

 

Bekhterev, La psychologie objective, «Introduction» (pp.11-13)

https://archive.org/details/lapsychologieobj00bekh/page/12/mode/2up

 

Indicações de visionamento:

Rimini Protokol/Steffan Kaegi (Munich, 2018), Uncanny Valley
https://www.rimini-protokoll.de/website/en/project/unheimliches-tal-uncanny-valley
https://vimeo.com/339074946

No âmbito destas leituras cruzadas, reflectiremos (#1) sobre questões relacionadas com a centralidade do actor na hierarquia dos elementos teatrais nos discursos cénicos contemporâneos, as expectativas do grande público face aos objectos performativos e a possibilidade de uma estética não-antropocêntrica; (#2) sobre aspectos relacionados com a tensão entre emoção, verbalização e movimento nas poéticas do actor, a produtividade de distinguir a composição da execução na actividade do artista performativo e os mecanismos de empatia. Estes debates sobre a teoria do actor foram extendidos ainda a questões como a existência, na sociedade ocidental contemporânea, de dispositivos não desinteressados de mobilização afectiva e de captura do capital cognitivo dos cidadãos, cada vez mais entendidos como actores da própria existência.