Sumários

Considerações sobre trabalhos em curso Profs. Sérgio Mascarenhas, Pedro Florêncio e Alexandre Pieroni Calado

10 Maio 2021, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

MAIO                                   2ªFEIRA                                         14ª AULA

 

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Durante a aula de hoje, escutámos a apresentação oral/escrita dos manifestos de intenções que cada aluno entendeu trazer para discussão e que antecedem a redacção dos trabalhos finais de seminário.

Foram feitos comentários e dadas sugestões de variada ordem a cada um dos intervenientes, o que não inviabiliza que se possam ainda trocar ideias por e-mail até à data de entrega dos respectivos ensaios, a 7 de Junho pp.

Todos os trabalhos circularão pelos 4 professores para avaliação, sendo esta concluída e apresentada aos alunos no final do mês de Junho.

Procuraremos reunir com todos em local, data e hora a combinar e a anunciar por e-mail.

 


Experiência cinematográfica na Bauhaus obra e legado de Lásló Moholy-Nagy

3 Maio 2021, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

MAIO                              2ª FEIRA                                         13ª AULA  

 

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Prof. Pedro Florêncio

Sumário:

Aula dedicada à obra e legado de László Moholy-Nagy, na qual se partiu de uma genealogia da experiência cinematográfica na transição do séc. XIX para o séc. XX, de modo a realçar o condicionamento técnico-ideológico na emergência da indústria do cinema. Seguiu-se uma abordagem dos conceitos de transdisciplinaridade, pedagogia e biotécnica por via de exemplos variados e oriundos do círculo artístico da Bauhaus. Procurou-se problematizar a relação entre estética e política através das obras analisadas e assim estabelecer possíveis pontos de contacto entre as potencialidades inauguradas no período da Bauhaus e a prática cinematográfica contemporânea.

 

Filmes/Excertos visionados: 

 

Moholy-Nagy and Photographic Processes

L’arrivée d’un train à la ciotat (1895, Auguste & Louis Lumière)

Uncle Josh at the movie picture show (1902, Edison Manufacturin Co.)

Werner Graeff, Komposition I (1922)

Henrich Brocksieper (vários)

Psycho (1960, opening credits)

Walter Ruttman, Lichtspiel Opus I (1921)

Oskar Fischinger, Optical Poem (1938)

Triumph des Willens  (1935, Leni Riefenstahl)

Dynamik Der Gross-Stadt (a partir de uma experiência de Moholy-Nagy)

Bill Viola, Installation at James Cohan Gallery (2009)

Walter Ruttman, Berlin: Die Sinfonie der Großstad (1927)

Triumph des Willens (1934), Leni Riefenstahl

Tokyo Shibuya crossing at night timelapse

László Moholy-Nagy, Impressionen vom alten marseiller hafen (vieux port) (1929)

László Moholy-Nagy, ABC in Sound (1933)

László Moholy-Nagy, Light prop for an electric stage (Light-Space Modulator) (1930)

László Moholy-Nagy, A Lightplay: Black White Grey (1930)

Pathé Logo

Joris Ivens, De Brug (1928) 

Fotografias de Jacob Riis

 

Sugestões de Leitura:

 

L. Moholy-Nagy, «The New Vision and the Abstract Artist» (1928)

[https://monoskop.org/images/a/af/Moholy-Nagy_Laszlo_The_New_Vision_and_Abstract_of_an_Artist.pdf]

 

L. Maholy-Nagy, «Theatre, Circus, Variaty» (pp. 49 - 72)

[https://monoskop.org/images/a/a7/Gropius_Walter_ed_The_Theater_of_the_Bauhaus.pdf

 

 

 


conceito de jogo e da sua ligação às artes performativa Profs. Sérgio Mascarenhas e Pedro Florêncio

26 Abril 2021, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

 

ABRIL                                        2ª FEIRA                                  11ª AULA

 

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Sérgio Mascarenhas

Sessão de dia 26 de abril, Sumário

 

Na presente sessão do seminário trabalhou-se o conceito de jogo e da sua ligação às artes performativas nos termos que se seguem.

1. Conceito de jogo e variabilidade semântica deste conceito. Referiram-se as modulações semânticas que se encontram nas línguas portuguesa, inglesa e francesa. Destacou-se em particular a diferenciação game-play. Atendeu-se também ao contracampo semântico que procura demarcar o jogo de outras atividades humanas.

2. O agir humano (a partir de Fichte). O ser humano na sua relação com o meio (relação de conhecimento/apreensão). O eu na relação com o outro (conhecimento/comunicação com suspensão da apreensão). O tempo e o espaço próprios da intersubjetividade.

3. A esfera da ação em comum como círculo mágico do jogo (Huizinga). O interior e o exterior. Os participantes no círculo mágico e as coisas do jogo (campo de jogo/palco/tabuleiro; componentes de jogo).

4. Do mundo atual ao gameworld. Diferenciação funcional do espaço e dos intervenientes (espetador/técnico/jogador-ator).

5. No gameworld (o jogo como game). Do jogador-ator à personagem; as componentes do jogo como playthings; o campo de jogo/palco/tabuleiro como cena. O jogo (game) como atividade regrada.

6. Do gameworld ao playworld. O mundo do jogo como mundo secundário (Tolkien). Das entidades de jogo (personagens, playthings, cena) às entidades do mundo de jogo = mundo secundário.

7. O playworld como mundo vivido aqui e agora. A suspensão desejada da descrença. O mundo secundário, mundo vivido virtualmente pelos participantes no jogo.

8. Discussão e troca de ideias.


Podemos sentir empatia por um robot?

19 Abril 2021, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

ABRIL                                        2ª FEIRA                                  11ª AULA

 

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Alexandre Pieroni Calado

 

Sessão 2 - Podemos sentir empatia por um robot?
Na segunda sessão, gostaria de conversar sobre a hipótese de Meyerhold ter pensado a actividade do actor como um trabalho psico-motor de produção de excitação. Para consubstanciar esta ideia de base, sugiro uma segunda incursão pelo texto de Kleist para o articular com a segunda parte do texto «The Fairgound Booth» e com alguns fragmentos sobre «The biomecanics», de Meyerhold; depois, gostaria de relacionar o trabalho de Meyerhold com a noção de «reflexo», de Vladimir Bekhterev, e com uma ideia de «cascata neuroquímica das emoções», tal como é apresentada por António Damásio.

 

Indicações de leitura:

 

Meyerhold on Theatre, «18. Biomechanics» (pp. 243-247)

+ «The Fairground Bouth - Two puppet theatres» (pp.154-169)

https://b-ok.cc/book/2665103/37685d

 

Damásio, Self comes to Mind, «Triggering and Executing emotions» (pp.89-91)

https://b-ok.cc/book/1078749/d62f63?dsource=recommend

 

Bekhterev, La psychologie objective, «Introduction» (pp.11-13)

https://archive.org/details/lapsychologieobj00bekh/page/12/mode/2up

 

Indicações de visionamento:

Rimini Protokol/Steffan Kaegi (Munich, 2018), Uncanny Valley
https://www.rimini-protokoll.de/website/en/project/unheimliches-tal-uncanny-valley
https://vimeo.com/339074946

No âmbito destas leituras cruzadas, reflectiremos (#1) sobre questões relacionadas com a centralidade do actor na hierarquia dos elementos teatrais nos discursos cénicos contemporâneos, as expectativas do grande público face aos objectos performativos e a possibilidade de uma estética não-antropocêntrica; (#2) sobre aspectos relacionados com a tensão entre emoção, verbalização e movimento nas poéticas do actor, a produtividade de distinguir a composição da execução na actividade do artista performativo e os mecanismos de empatia. Estes debates sobre a teoria do actor foram extendidos ainda a questões como a existência, na sociedade ocidental contemporânea, de dispositivos não desinteressados de mobilização afectiva e de captura do capital cognitivo dos cidadãos, cada vez mais entendidos como actores da própria existência.

 


Qual o lugar de um teatro não antropocêntrico no antropoceno? Professores Alexandre Calado, Pedro Florêncio, Sérgio Mascarenhas

12 Abril 2021, 14:00 Anabela Rodrigues Drago Miguens Mendes

ABRIL                             2ªFEIRA                                            9ª AULA

 

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Alexandre Pieroni Calado

Pavor de marionetas

Proponho trabalhar o âmbito «Espectáculo e Cognição» pelo ângulo do teatro, com ênfase na teoria do actor. Tomaremos o texto «Sobre o teatro de marionetas», de Heinrich von Kleist, como possível quadro de referência para averiguar alguns aspectos das teorias do actor de Oscar Schlemmer e de Vsevolod Meyerhold. Mais especificamente, conto poder mostrar que Schlemmer e Meyerhold tinham a marioneta como um modelo do actor ideal, ainda que cada um dos artistas privilegie nesse modelo aspectos particulares. Julgo oportuno retomar Kleist, Schlemmer e Meyerhold porquanto entendo que o entusiasmo que revelaram pela marioneta continua a estimular relevantes artistas teatrais dos nossos dias, mesmo se as resistências a tal modelo do actor não perderam o seu vigor no presente regime de sensibilidade.

 

Sessão 1 – Podemos pensar um teatro não antropocêntrico?

Na primeira sessão gostaria de conversar sobre a hipótese de Schlemmer ter pensado o actor-bailarino a partir de uma ideia de homem enquanto ser integrado num ambiente que desconhece distinções absolutas entre o orgânico e o inorgânico. Uma primeira incursão no texto de Kleist permitirá a articulação deste com o texto «Man and Art Figure», de Schlemmer; em seguida, o trabalho de Schlemmer será relacionado com a noção de «biotécnica», de Raoul Francé, tal como nos chega através de Lásló Moholy-Nagy, e com uma ética da «amizade entre homens e máquinas», tal como é defendida por Gilbert Simondon.

 

Indicações de leitura:

 

H. v. Kleist, «Sobre o teatro de marionetas» (pp. 133 - 143)

 

O. Schlemmer, «Man and Art Figure» (pp. 17 - 45)

[https://monoskop.org/images/a/a7/Gropius_Walter_ed_The_Theater_of_the_Bauhaus.pdf ; já partilhado pelo professor Pedro]

 

L. Maholy-Nagy, «Biotechnics as a method of Creative Activity» (p.29) + «Geometrical and Biotechnical Elements» (p. 46)

[https://monoskop.org/images/a/af/Moholy-Nagy_Laszlo_The_New_Vision_and_Abstract_of_an_Artist.pdf]

 

G. Simondon, «Entretien sur la méchanologie» (pp. 110, 112, 121, 128)

[em anexo; abaixo as ligações para o registo da entrevista com legendas em inglês, em três partes]

<https://www.youtube.com/watch?v=38KEnSBj1rI>

<https://www.youtube.com/watch?v=7l3B4kLA0z8>

<https://www.youtube.com/watch?v=38KEnSBj1rI>

 

Indicações de visionamento:

H. Goebbels (Lausanne, 2007), Stifters Dinge
https://www.heinergoebbels.com/en/archive/works/complete/view/4/info https://vimeo.com/134605443
https://www.artangel.org.uk/project/stifters-dinge/