Exercício em grupo: sobre o texto de Descartes / Explicação do texto de Nietzsche

6 Outubro 2017, 10:00 Adriana Veríssimo Serrão

Exercício em grupo: sobre o texto de Descartes (30 minutos).

  1. Seleccione os 5 conceitos fundamentais/ e esclareça-os recorrendo apenas ao texto (à explicação).

  2. Identifique a tese fundamental. / E justifique.

     

 

Próxima aula: 13 OUTUBRO

Exercício 1: Explicação e comentário de texto

 

 

Textos sobre os quais incidirá o exercício:

I. Kant, Informação acerca da orientação dos seus cursos no semestre de Inverno de 1765-1766.

“Descartes, O método cartesiano: O caminho para o conhecimento”.

“Nietzsche – O filósofo como educador”, incluindo o comentário da tradutora, pp. 178-187.

 

 

 

VIAS PARA A COMPREENSÃO DE UM TEXTO

 

I. EXPLICAR

- O sentido do texto é imanente ao texto.

- Limitar-se ao texto e não sair dele (não in­troduzir elementos estranhos).

- Explicar todo o texto, mas apenas o texto.

- Explicitar todas as noções, conceitos, temas e teses centrais (apresentá-los por palavras nossas).

- Mostrar a articulação dessas noções e teses numa síntese completa (“um todo ordenado”, segundo Kant).

- Redigir em linguagem clara e concisa.

- Recordar que a sequência dos enunciados (a "ordem da exposição") pode não coin­cidir com a “ordem das razões”.

 

II. COMENTAR

O comentário aplica-se geralmente:

- a teses (afirmações centrais).

- a curtos excertos de texto.

- pode incidir ainda sobre noções e conceitos (ou outros elementos) que permanecem ainda obscuros após a explicação e carecem de esclarecimento "fora do texto".

 

 

 

Segundo Pierre-Jean Labarrière, o comentário pode ser entendido como simples paráfrase ou já como um processo de invenção:

 

"O 'comentário' então – e entendo esta palavra que aqui surge, pela primeira vez, na sua acepção mais banal – recebe a forma de uma 'pará-frase' que duplica o texto, ins­cre­vendo-se nas suas margens, propondo, em relação a ele, uma outra ex­pres­são, cuja forma mais simples é a tradução-transposição de língua para língua, mas que pode deslizar já na fi­gu­ra de uma obra original, excedendo os limites de uma re­pe­ti­ção melhorada, para prolongar a pesquisa que se encontra aí inaugurada.

Deslize imperceptível que nos afasta da simples paráfrase do primeiro género e que de­lineia outras potencialidades para o comentário. Com efeito, a fecundidade do ges­to ori­gi­nário exige este esforço de inovação que se apoia no texto, para dele extrair ou­tras figuras de sen­­­tido, em função das exigências de uma situação nova; processo de in­venção que não de­signa nem autoriza qualquer insuficiência do texto fundador."

 

Pierre-Jean Labarrière, "Textos sobre texto ou como si­len­­­ciá-lo?", in Irene Borges Duarte et alii (org.), Texto, Leitura e Escrita. Antologia, Por­to: Por­­to Editora, 2000, pp. 185-192.

et alii = et. al.