Os Sentimentos Estéticos E A Natureza Humana. A Viragem Subjectivista Da Estética.

31 Março 2020, 14:00 Adriana Veríssimo Serrão

31 Março (aula não presencial, sem contacto com os alunos)

Caros Alunos

1. Os meus votos de que se encontrem todos bem.

Felicito-me que um grande número de alunos tenha realizado o teste. Estou a corrigir todos 70), mesmo os que chegaram com atraso. É um processo lento, mais moroso do que ler em papel. Será enviado a cada um respeitando a ordem de chegada.

Os alunos que tiveram negativa podem refazê-lo até ao fim das mini-férias.

Até às férias continuamos com este modo de contacto. Se alguns solicitaram aulas on line, outros, pelo contrário, informaram-me de que estão em regiões sem rede ou com muitas dificuldades em aceder. Qualquer das vias tem vantagens e desvantagens.

Estou confiante em que viremos ainda a ter aulas presenciais. Não obstante, tentarei a videoconferência logo a seguir às férias.

 

2. O colega João Pedro Baptista, a quem agradeço em nome da turma, criou uma conta de correio electrónico para a turma de Estética TP1.

O endereço é EsteticaTP1@gmail.com

 A palavra-chave para acesso é mimesis2020

 Usarei esta conta só para depósitos de documentos mais longos, não para troca de mensagens.

 

3. Para as duas aulas que antecedem as mini-férias, proponho uma introdução à questão estética tal como foi colocada na Modernidade.

-- O traço mais distintivo é o da subjectivação da beleza, correlativa da descoberta do Eu como sujeito do conhecimento, da acção e também da apreciação. A associação do estético ao sentimento subjectiviza a experiência e coloca‑a do lado do contemplador ou espectador.

-- A formação da categoria de gosto (primeiro nas obras de arte: o "bom gosto" do conhecedor, do crítico, do académico…), depois como sentimento em relação à natureza e ao mundo em geral, ampliada como uma faculdade de que todos os homens são dotados. Embora o sentimento seja subjectivo, tal não significa que seja exclusivamente individual. Há princípios gerais do gosto (aprovação e de cen­sura), que podem ser partilhados e discutidos.

-- A visão da realidade como sendo composta de propriedades objectivas (primárias) e qualidades subjectivas (secundárias: sensações; entre estas, a beleza): o ser humano "põe" na realidade uma qualidade que não está lá.

Nas teorizações da atitude estética da Modernidade como resposta afectiva perante o mundo na­tu­ral, são de relevar diversos aspectos decisivos para a estética do século XVIII:

- a separação do sentimento da esfera da razão matemática e geométrica. O sentimento emerge como fonte própria de apreciação di­rec­ta, ao mes­mo tempo que a esfera do gosto se distancia do domínio do estrito co­­nhecimento.

‑ a experiência ou sentimento da natureza bifurca‑se em duas formas ou atitudes psi­cológicas funda­mentais – o belo e o sublime. A antropologia acolhe as faculdades estéticas como constitutivas do ser humano.

‑ o intelecto, incapaz de se emo­cio­nar, seja com a obra de arte, seja com o espectáculo da natureza em bruto cede o primado à imaginação, do­ravante eleita como faculdade por ex­ce­lência da es­te­­ti­ci­dade. A ima­gi­nação é associada ao gosto do irregular, como ressalta da disputa entre Jardim francês e Jardim inglês.

 

4. Coloquei no Gmail um doc: Os Sentimentos Estéticos E A Natureza Humana. A Viragem Subjectivista Da Estética.

Com 3 pontos, que tratam de outras tantas doutrinas marcantes do século XVII: 1. Sentimento Individual E Norma Do Gosto Em David Hume. 2. Sublime E Antropologia Do Medo Em Edmund Burke. 3. Rousseau. Sentimento De Si E Estado De Natureza.

Tendo por base um capítulo que preparei para um concurso, creio que está bastante claro. Deixei ficar as bibliografias, que são demasiado extensas, mas que poderão ser-vos-úteis.