A Analítica do Sublime
23 Abril 2019, 14:00 • Adriana Veríssimo Serrão
A Analítica do Sublime
Belo e Sublime: Duas experiências estéticas:
Semelhanças e diferenças do modo da relação entre sujeito e objecto §23
Duas modalidades do in-forme/excedência
- grandeza (excessiva): o absolutamente- grande;
- força, potência, dinamismo: o absolutamente-potente.
O ponto de bifurcação da capacidade de sentir emerge neste desajustamento entre limite, reconhecível e identificável, e ausência de forma, por excessiva e inapreeensível.
A dinâmica das faculdades
- a) o esforço e a derrota da imaginação: o sentimento de desprazer.
b) a intervenção do pensamento do infinito: sentimento estético e sentimento moral.
A razão intervém para preencher o vazio de esquemas com ideias e esclarecer o verdadeiro sentido do desprazer (Unlust).
Alex Honnold- montanhista sem segurança…
João Garcia …
Não se deve chamar sublime à grandeza, mas ao "que é absolutamente grande";
não se deve chamar sublime à força a que ainda oferecemos resistência, mas à "força (Macht) que não tem poder (Gewalt) sobre nós" (§25, §28),
"o sublime da natureza é uma expressão imprópria e [...] só deve ser atribuído com propriedade à maneira de pensar, ou melhor, ao seu fundamento na natureza humana." §30
A dupla orientação da estética kantiana em belo e sublime assenta na diferença entre duas dinâmicas anímicas. Numa, a harmonia da imaginação e do entendimento acompanhada do sentimento de prazer persiste durante todo o tempo da contemplação, proporcionando o equilíbrio e a pacificação; na outra, o esforço da imaginação para apreender, na unidade de uma intuição, a ilimitação e excessividade, esforço esse, que votado ao fracasso, produz um conflito entre atracção e repulsão pelo objecto, que coloca o sujeito na instabilidade entre contracção e expansão das suas forças vitais.