III. Representação Mental - 2

28 Outubro 2019, 16:00 António José Teiga Zilhão

B) Teoria causal da representação mental e hipótese da co-variância: ii) O problema da representação errada considerado no âmbito desta perspectiva teórica e os sub-problemas a que o mesmo dá nela origem: a) o problema da disjuntivite; b) o problema da omnisciência. iii) Consideração da proposta de solução habitualmente apresentada para responder a estes problemas: a de que o contexto no qual a relação de representação se daria não seria, no caso de uma representação errada, um contexto causal apropriado. iv) Análise da mesma: ela é de natureza circular, e por isso inaceitável. v) A proposta de solução causalista não circular apresentada por J. Fodor: o conceito de uma representação errada decorreria de um conceito relacional inter-representacional - o conceito de relação de dependência assimétrica entre tipos de representações. vi) Elucidação do conceito fodoriano de relação de dependência assimétrica entre tipos de representações: um certo tipo de representações B é assimetricamente dependente de um outro tipo de representações A se e somente se a possibilidade da ocorrência de representações do tipo B estiver dependente da ocorrência regular de representações do tipo A, enquanto que a possibilidade da ocorrência de representações do tipo A não está dependente da ocorrência regular de representações do tipo B. Uma representação errada seria então uma representação (de tipo B) assimetricamente dependente da ocorrência de representações de outro tipo (i.e., de tipo A, ou seja, de representações certas). vii) Análise do alcance da proposta de solução de Fodor: o problema da disjuntivite ficaria resolvido, uma vez que representações genuinamente disjuntivas seriam simetricamente dependentes uma da outra, não sendo nenhuma delas assimetricamente dependente da outra. viii) Avaliação crítica da proposta de solução de Fodor para o problema da representação errada: não parece de todo ser impossível imaginar casos nos quais representações intuitivamente erradas e certas se encontrariam umas com as outras numa relação de dependência simétrica e não numa relação de dependência assimétrica. Nestas circunstâncias, a definição puramente inter-representacional de Fodor parece não capturar o conceito intuitivo de uma representação errada; parece haver aqui uma inversão da ordem explicativa.