Sumários

Receção dos comentários críticos

6 Maio 2020, 12:00 Maria João Quintas Lopes Baptista Neto

Receção dos comentários críticos. A sua classificação irá obedecer aos seguintes critérios:

Identificação crítica das questões contidas no texto e respetiva apreciação:


- Modelo de gestão centralizado dos museus e monumentos nacionais - 2 valores

- Discussão em torno da autonomia de museus e monumentos sob a alçada da DGPC - 2 valores

- Diferenças entre este modelo estatal de dependência direta da Administração Central e um modelo de gestão estatal privada: Parques de Sintra-Monte da Lua - 2 valores

- Diferenças entre museus e monumentos, em termos de gestão - 2 valores

- Captação de mecenato e iniciativas de crowdfunding - 2 valores

- Criação de uma imagem de um museu ou monumento e as mais-valias da utilização dessa imagem - 2 valores

- O papel das lojas nos museus e monumentos: financeiro e cultural - 2 valores

- Turismo e museus versus Turismo e monumentos em Portugal - 2 valores


Outros aspetos relevantes - 2 valores

Capacidade de síntese e qualidade de escrita - 2 valores


Exame da disciplina

Dia 3 de junho, quarta-feira

12H-14H

O enunciado será enviado por e-mail, aos alunos inscritos no exame da disciplina, 10 minutos antes da hora de início, ou seja à 11.50H. Os alunos dispõem de duas horas para a sua realização. Concluídos os exames até às 14H, estes devem ser enviados à docente por e-mail (mjneto@letras.ulisboa.pt). Não serão considerados os exames enviados depois das 14.10H, do dia 3 de junho de 2020.


Enunciado enviado às três alunas inscritas para exame às 11.45H:

Gestão Integrada do Património Artístico

Exame não presencial


Dia 3 de junho, quarta-feira

12H-14H


Os alunos dispõem de duas horas para a sua realização. Concluídos os exames até às 14H, estes devem ser enviados à docente por e-mail (mjneto@letras.ulisboa.pt). Não serão considerados os exames enviados depois das 14.10H. 


I



Estabeleça o seu comentário crítico aos excertos da entrevista da Diretora do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, Na elaboração do comentário, deverão ser observados os aspetos contidos no texto em estreita relação com critérios de gestão, tendo em conta os conteúdos programáticos desenvolvidos na disciplina.



Em entrevista à Renascença e ao jornal "Público", a primeira desde que foi nomeada, Dalila Rodrigues diz [querer] obras de conservação na fachada sul e no claustro e um programa de exposições. E gostava que os portugueses pagassem (e esperassem) menos para visitar estes dois monumentos património mundial.

Quais são as três prioridades para estes monumentos que são património da humanidade?

São mais ou menos óbvias: a conservação dos dois monumentos, a gestão do acesso, já que estão sob forte pressão turística, e, por último e naturalmente, a programação de actividades, que tem duas perspetivas matriciais: a necessidade de enriquecer a visita e a de devolver os dois monumentos aos portugueses.


As exposições que estão hoje nos Jerónimos são muito pouco desafiantes para quem o visitou mais do que uma vez. O que é que tem previsto nesse plano?
Não posso concordar mais. Trata-se de duas exposições temporárias que estão [instaladas] há mais de dez anos e isto diz tudo. Só ainda não foram desmontadas porque uma frente de trabalho com novas propostas não pode, apesar de tudo, privar o visitante de alguma informação [no imediato]. Uma das exposições é dedicada a Alexandre Herculano e a outra desempenha, com insuficiência e até algumas incorreções científicas, as funções de contextualização do monumento. Mas a conservação é prioritária porque, diferentemente de um museu, um monumento é uma estrutura arquitetónica. Tem de estar conservada com todo o rigor.
Os monumentos não podem ser vistos como fonte de receita, têm de ser vistos como grandes realizações da humanidade que nos permitem rememorar um passado. Estruturam o território, são ícones identitários. Enquanto um museu vive essencialmente das suas coleções, um monumento não tem conteúdos. Quando foi secularizado, em 1833, um ano antes da extinção das ordens religiosas e da amortização dos bens da igreja, o Mosteiro dos Jerónimos foi despojado dos seus tesouros artísticos. A Torre de Belém também está despojada das suas funções de proteção da barra do Tejo. Temos de os apresentar num estado irrepreensível.

Com o novo regime de gestão de museus e monumentos, os diretores terão agora maior acesso aos recursos gerados e maior autonomia, algo que sempre defendeu. Este é o diploma de que precisa para gerir melhor o Mosteiro e a Torre?
Não é gerir melhor, é passar a gerir. Os dois monumentos têm aproximadamente 1,6 milhões de visitantes por ano — representam mais de 30% dos totais nacionais de visitas [na DGPC] e geram sete milhões de euros. A despesa é obviamente ínfima, dada a magreza dos recursos disponíveis. Ora, este decreto-lei, ao definir a possibilidade de reter no serviço parte da receita proveniente não apenas do mecenato e do aluguer de espaços, mas também da bilheteira, vai finalmente permitir aos diretores libertarem-se da morosidade e da dificuldade de obter respostas

É a favor do aluguer dos espaços para fins privados?
É necessária uma disciplina e uma reorientação nos eventos.

O valor para o claustro não está contemplado no decreto-lei que regulamenta os alugueres.
Não, não está. O Mosteiro dos Jerónimos não tem disponibilidade para acolher eventos como jantares. Isso ainda está contemplado para a Torre de Belém, que também não tem condições para o fazer sem atropelo das visitas e de um plano de actividades. Já pedi, aliás, que fosse retirada esta oferta. No entanto, cabe sempre ao director e à tutela aceitar ou não os eventos.
A Torre de Belém é hoje solicitada com uma média de três vezes por semana para ser iluminada. No dia 27, o Belenenses comemora assim o seu centenário e eu confesso que tive até bastante gosto em dar um parecer positivo. É um ícone identitário, [o seu uso para este fim] tem a ver com a função social do património, há ali uma relação [entre a torre e o clube]. Já o Rock in Rio, por exemplo, pode ser feito noutro lugar. Esse acontecimento, gostava de me demarcar, estava fechado à minha chegada.
Utilização de espaços para acontecimentos de âmbito cultural? Sim. Outro tipo de eventos? O mais possível, não. Eventos com recorte comercial, mas que são acontecimentos culturais, como o lançamento de livros e discos, com certeza.

Torre de Belém e Jerónimos precisam de mais visitantes?
Creio que estamos no limite. Falo em 1,6 milhões para o Mosteiro e para a Torre, mas não estou a contar com a igreja. Há dias fizemos uma contagem dos públicos. Em agosto, à terça-feira, quando em Lisboa estão ancorados três cruzeiros, a igreja é procurada por dez mil pessoas por dia — é uma loucura. Comecei a condicionar o acesso. A cada 20 minutos entram 200 pessoas. Segundo um estudo realizado em 2011, a igreja acolhe três vezes mais público do que o mosteiro. Este acesso à igreja é gratuito, uma situação em relação à qual tenho sentimentos mistos: por um lado o edifício está aberto ao culto; por outro, tanto o senhor prior como eu, na perspetiva patrimonial e social…

… está a defender que a entrada na igreja seja paga?
É uma questão que tem de ser decidida pelo Ministério da Cultura e pelo Patriarcado. O senhor prior dos Jerónimos tem uma ação social muito intensa e com muito mérito e nós, do ponto de vista patrimonial, temos necessidade de valorizar e requalificar.

Qual seria para si o valor de entrada aceitável na igreja?

O Mosteiro tem uma taxa de dez euros e a Torre de seis. Penso que a Torre devia ter um preço mais elevado para a procura turística mantendo, depois, a gratuitidade para os públicos escolares e outros (jovens, investigadores, desempregados) e um bilhete reduzido para públicos nacionais [em geral]. Façamos uma conta simples: se a igreja acolher cinco a seis milhões de visitantes ano e se cada um contribuir com dois euros — um para a dimensão social, um para a patrimonial — estamos a falar de 10, 12 milhões de euros.


https://rr.sapo.pt/2019/09/26/vida/diretora-dos-jeronimos-e-torre-de-belem-quer-precos-mais-caros-para-turistas-e-entradas-pagas-na-igreja/noticia/165965/


Critérios de correção publicados no dia 3 de junho de 2020, 16:47H

Exame de Gestão Integrada do Património Artístico

3-6-2020


Critérios de correção:


Identificação crítica das questões contidas no texto e respetiva apreciação:


- Prioridades na atual gestão dos dois monumentos - 2 valores

- Modelo de gestão centralizado versus modelo de autonomia de museus e monumentos - 2 valores

- Diferenças entre museus e monumentos, em termos de gestão - 2 valores

  • Pertinência de realizar exposições em monumentos - 2 valores
  • Formas de lidar com os monumentos destituídos do seu recheio artístico - 2 valores
  • Gestão integrada entre DGPC e outros organismos tutelares do Património, como a Igreja Católica - 2 valores

- Aluguer de espaços e as mais-valias da imagem dos monumentos - 2 valores 

- Gestão do fluxo de turistas internacionais nos dois monumentos em coabitação com público nacional - 2 valores 


Outros aspetos relevantes - 2 valores

Capacidade de síntese e qualidade de escrita - 2 valores


Esclarecimento de dúvidas em relação ao comentário crítico a realizar pelos alunos

4 Maio 2020, 12:00 Maria João Quintas Lopes Baptista Neto

Esclarecimento de dúvidas em relação ao comentário crítico a realizar pelos alunos que substitui o teste presencial.


Comentário crítico avaliação

29 Abril 2020, 12:00 Maria João Quintas Lopes Baptista Neto

Foi enviado aos alunos um e-mail com o enunciado do comentário escrito que deverão realizar em substituição do teste presencial para avaliação da disciplina de Gestão Integrada do Património Artístico.

Transcreve-se o enunciado envido:

Avaliação da disciplina de Gestão Integrada do Património Artístico


Nota Prévia: Pede-se um comentário crítico a um excerto de uma entrevista concedida por António Filipe Pimentel, então diretor demissionário do Museu Nacional De Arte Antiga, à imprensa escrita, a 15 de janeiro de 2019. Na elaboração do comentário, deverão ser observados os aspetos contidos no texto em estreita relação com critérios de gestão, sem deixar de ter em conta os conteúdos programáticos desenvolvidos na disciplina, tais como os fundamentos da gestão patrimonial, entidades gestoras, fundos, mecenato e crowdfunding. O comentário, que deverá ter entre 1000 e 1500 palavras,  será obrigatoriamente enviado até às 00:00H do dia 6 de maio, para o endereço: mjneto@letras.ulisboa.pt

I

Estabeleça um comentário crítico ao seguinte texto: 


Excertos de uma entrevista a António Filipe Pimentel aquando da sua demissão de Diretor do Museu Nacional de Arte Antiga.


A campanha “"Vamos pôr o Sequeira no Lugar Certo"” e o mote lançado - “compre um píxel da Adoração dos Magos” - conseguiu que milhares de pessoas metessem a mão no bolso para o museu adquirir uma peça importante da pintura portuguesa. Teve tanto sucesso que sobrou dinheiro, usado para comprar mais dois quadros. Uma ação que não só não custou um cêntimo ao Estado, como aumentou o interesse do público pelo museu.

Em Portugal não é habitual este tipo de iniciativas partir de um museu, mas são comuns e fazem parte da agenda anual noutros países em que instituições semelhantes ao MNAA procuram em efemérides ou em propostas de abordagem à arte motivos, que também se traduzam em boas oportunidades promocionais, e que fazem parte da gestão dos espaços. Em Portugal, os museus não têm independência funcional, administrativa ou financeira. Nem sequer têm identidade fiscal. O Ministério da Cultura, que é a tutela, diretamente ou através dos seus vários departamentos, toma as decisões e arrecada as receitas. E estas duas visões distintas sobre a gestão dos espaços de cultura colidiram na gestão do MNAA e o desenlace acabou por ser a decisão de António Filipe Pimentel de não se manter à frente do museu. Nas suas próprias palavras, no centro da questão está uma "palavra maldita que ninguém se atreveu a pronunciar durante muitos anos": autonomia.


P. Os museus beneficiaram muito com o aumento do turismo?


R. Não, os museus não beneficiaram com o aumento do turismo. Os visitantes do museu não provêm do turismo organizado, esses são os visitantes dos monumentos

(…)

Estamos a falar dum país muito estranho, onde ninguém tem a noção do que é um museu, não têm a noção da diferença entre um museu e um monumento. O Monte da Lua, por exemplo, uma estrutura de que fui a favor, que só tem monumentos e o parque natural, conseguiu criar uma economia fechada, um circuito de sucesso que permite uma reinversão contínua no restauro e na reabilitação.

O Monte da Lua consegue ter uma economia fechada e auto-sustentável. O que ele fez foi zerar as dívidas da Parques de Sintra e fazer o seu programa a partir daí. Sendo que, tendo um número fiscal, por exemplo, pode fazer projetos europeus e ter colaborações de todo o tipo que a nós estão vedadas. Fixa o preço do bilhete, enquanto nós não o podemos fazer. Veja o absurdo de uma instituição financeira e administrativa como esta que poderia ser mais auto-sustentável, embora nunca rentável. Mas um monumento é uma caixa registadora; não tem os custos de um museu, não tem programação, não tem investigação científica, obras que circulam por toda a parte, obras que vêm, etc. Por isso é aquele segmento em que o turismo verdadeiramente se projeta.

Quanto a este museu, sempre se imputam os custos, que é uma estrutura altamente deficitária – quando o défice é apenas de um milhão e meio de euros – e depois esse valor poderia ser menor se nós tivéssemos a autonomia de gerir pelo menos as nossas imagens. Nós não somos donos das imagens das nossas obras. Não as podemos usar.


P. Então e o merchandising, o que se vende na loja do museu?


R. A loja não é do MNAA; é uma loja no MNAA. As receitas não são nossas. Veja, por exemplo, o museu Thyssen, que tem cerca de um milhão de visitantes, gera quatro milhões de euros na loja. Além disso, a loja de um museu tem uma dupla finalidade, não é só fazer dinheiro, é também promover o dinheiro futuro, ou seja, afirmar a marca da instituição, criando nas pessoas a apetência de voltar. Ora, se nós vendemos na nossa loja as loiças do Palácio da Ajuda, é um bocadinho difícil as pessoas identifiquem as suas compras connosco.


P. O negócio das lojas está centralizado pela tutela, é isso?


R. Exato. Portanto ou temos a loja só com meia dúzia de produtos nossos ou, para ter uma loja que apeteça entrar, temos de receber peças dos outros museus nacionais. É extraordinário que se tenha desperdiçado, mais uma vez, a oportunidade de finalmente se olhar a sério para a questão dos museus, e que todos eles precisam de meios. Uma coisa é perceber que todos os museus são importantes e têm que ter meios e outra e tratá-los por igual como se tivessem a mesma escala.



In: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/antonio-filipe-pimentel-estamos-a-falar-de-uma-questao-que-envolve-uma-palavra-maldita-que-e-autonomia

Consulta a 28 de abril de 2020



Entrevista com Dalila Rodrigues, Diretora do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém.

27 Abril 2020, 12:00 Maria João Quintas Lopes Baptista Neto

Dando sequência à audição de entrevistas com diretores de museus e monumentos nacionais, em substituição das aulas práticas com as visitas de estudos que estavam inicialmente planeadas, envio, esta semana, uma entrevista com a Doutora Dalila Rodrigues, atual diretora do Mosteiro dos Jerónimos  e Torre de Belém. Nesta entrevista é abordado o programa de gestão a implementar nos dois monumentos Património da Humanidade; são identificados os principais problemas que estes enfrentam, bem como as soluções propostas, na ótica do planeamento e gestão do Património.

Ver link: https://rr.sapo.pt/2019/09/26/na-radio/a-torre-de-belem-devia-ter-um-preco-mais-elevado-para-a-procura-turistica/video/218305/


Acompanhamento dos trabalhos e esclarecimento de dúvidas sobre a matéria do módulo enviado aos alunos.

22 Abril 2020, 12:00 Maria João Quintas Lopes Baptista Neto

Acompanhamento dos trabalhos e esclarecimento de dúvidas sobre a matéria do módulo enviado aos alunos.