Sumários

A estrutura social (sécs. V-X)

26 Outubro 2017, 12:00 Ana Maria Seabra de Almeida Rodrigues

Estatuto e condição dos escravos. As diversas explicações do fim da escravatura: a influência do Cristianismo; a baixa produtividade e rentabilidade da mão-de-obra escrava; as lutas dos escravos. A convergência do estatuto dos escravos e dos colonos para a servidão rural. A persistência das comunidades de homens livres apesar das pressões dos poderosos e as suas prerrogativas: serviço militar, regulação de conflitos, solidariedades agrárias. As clientelas armadas dos ricos proprietários romanos (bucelarii) e as guardas dos monarcas germânicos (antrustiones, gardingi e gasindi) nas origens da recomendação; a evolução desta para a vassalagem com a sua extensão aos cargos públicos (honores) exercidos por delegação do rei.

 

Comentário dos textos incluídos em “Dependência servil e vassálica” (Doc8)

 

Bibliografia:

AAVV, La transición del esclavismo al feudalismo, 4ª ed., Madrid, Akal, 1981.

Giuseppe ALBERTONI, « As aristocracias », in Umberto Eco (org.), Idade Média. Bárbaros, cristãos e muçulmanos, Lisboa, D. Quixote, 2011, pp. 271-275.

Pierre BONNASSIE, From slavery to feudalism in Southwestern Europe, Cambridge, Cambridge University Press, 1991.

Robert BOUTRUCHE, Seigneurie et féodalité, t. 1 - Le premier âge des liens d'homme à homme, Paris, Aubier, 1959.

Pierre DOCKES, La libération médiévale, Paris, Flammarion, 1979.

Robert FOSSIER, Histoire sociale de l'Occident médiéval, Paris, Armand Colin, 1970.

Francesco PANERO, Servi e rustici. Ricerche per una storia della servitú, del servaggio e della libera dipendenza rurale nell'Italia medievale, Torino, Vercelli, 1990.


O declínio urbano e a retracção do comércio

23 Outubro 2017, 12:00 Ana Maria Seabra de Almeida Rodrigues

O declínio urbano devido a motivos internos e às invasões bárbaras. Transformações sofridas pela estrutura urbana sob a influência da cristianização e da instalação dos povos germânicos. O surgimento de algumas novas cidades, como refúgio (Veneza) ou como entrepostos de comércio (Quentovic, Haithabu, Birka). O desenvolvimento das cidades-fortalezas e dos centros religiosos e de peregrinações. A paisagem urbana alto-medieval. A fraca importância dos comércios local - protagonizado pelos agentes senhoriais e destinado essencialmente a abastecer as emagrecidas cidades - e inter-regional - realizado em esporádicas feiras por comerciantes vindos de longe, sobre os quais estamos mal informados por falta de fontes. A existência de um comércio internacional retraído que continua a trazer do Oriente vinhos finos, tecidos preciosos, especiarias e outras mercadorias de grande valor, levando em troca escravos, madeiras, armas, cereais e outros produtos do Ocidente, por diferentes rotas: os italianos e os "orientais" (gregos, sírios e judeus) através do Mediterrâneo; os escandinavos subindo dos mares Negro e Cáspio, pelos rios russos, até ao Báltico; os frísios fazendo a ligação entre o Báltico e o mar do Norte; os anglo-saxões aventurando-se pela Gália fora até à Itália.

Comentário da figura “De palácio romano a cidade medieval: Split (doc6)

Bibliografia:

HEERS, Jacques, La ville au Moyen Age, Paris, Fayard, 1990.

Histoire de la France urbaine, dir. Georges DUBY, vol. I - La ville antique. Des origines au IXe siècle, Paris, Seuil, 1980.

FOURQUIN, Guy, História Económica do Ocidente Medieval, Lisboa, Ed. 70, 1981.

HODGES, Richard, Dark Ages Economics. The Origins of Towns and Trade (AD. 600-1000), London, 1982.

___, Towns and Trade in the Age of Charlemagne, Gerald Duckworth & Co. Ltd., London, 2000.

(The) Idea and Ideal of the Town Between Late Antiquity and the Early Middle Ages, ed. G. P. BROGIOLO e Brian WARD-PERKINS, Leiden, Brill, 1998.

LOMBARD, Maurice, “L’évolution urbaine pendant le haut Moyen Age”, in Espaces et réseaux du haut Moyen Age, Paris/La Haye,  Mouton, 1972.


As transformações no mundo rural entre Antiguidade Tardia e Alta Idade Média

19 Outubro 2017, 12:00 Ana Maria Seabra de Almeida Rodrigues

Os condicionalismos da actividade económica: alterações climáticas, demográficas e técnicas; modificações nos padrões de consumo e nas atitudes mentais. O regime do grande latifúndio na Antiguidade Tardia e o sistema agrário dos Germanos. A instalação dos bárbaros nos latifúndios mediante o sistema da hospitalidade ou por usurpação. Convergência destes dois modos de organização rural para um modelo único, o do regime dominial; funcionamento deste regime.

 

Comentário do texto “O rendimento de uma villa carolíngia” (Doc5)

 

Bibliografia:

Jean-Pierre DEVROEY, Etudes sur le grand domaine carolingien, Aldershot, Variorum, 1993.

Georges DUBY, Guerreiros e Camponeses. Os primórdios do crescimento europeu sécs. VII-XII, Lisboa, Ed. Estampa, 1980.

Guy Fourquin, História económica do Ocidente medieval, Lisboa, Ed. 70, 1980.

Landscapes of Change. The evolution of the countryside in Late Antiquity and the Early Middle Ages, ed. Neil CHRISTIE, Aldershot, Ashgate, 2000.

Adriaan VERHULST, Le grand domaine aux époques mérovingienne et carolingienne, Gand, 1985.


Invasões ou migrações? Novos desenvolvimentos de um velho debate

16 Outubro 2017, 12:00 Ana Maria Seabra de Almeida Rodrigues

As teses “latinistas” e “germanistas” do séc. XIX sobre a queda do Império Romano do Ocidente. As novidades do séc. XX: Peter Brown e o conceito de Antiguidade Tardia; Walter Goffart e a “acomodação” através dos contratos de feudo e da hospitalidade; o projecto da European Science Foundation sobre as “transformações” do mundo romano. A reacção de Bryan Ward-Perkins: queda de Roma, fim de uma civilização.

 

Discussão do texto de Edward James, “The Rise and Function of the Concept «Late Antiquity»”, Journal of Late Antiquity, 1-1, Spring 2008, pp. 20-30.

 

Bibliografia:

Patrick J. GEARY, O Mito das Nações. A invenção do nacionalismo, Lisboa, Gradiva, 2008 (ed. original alemã 2002).

Walter GOFFART, “Los bárbaros en la Antigüedad tardía y su instalación en Occidente”, in Lester K. Little e Barbara H. Rosenwein (eds.), La Edad Media a Debate, Madrid, Akal, 2003, pp. 50-79 (ed. original inglesa 1980).

Richard HODGES  e David Whitehouse, “La decadencia del Imperio Romano de Occidente”, in Lester K. Little e Barbara H. Rosenwein (eds.), La Edad Media a Debate, Madrid, Akal, 2003, pp. 102-124 (ed. original inglesa 1983).

Edward JAMES, “The Rise and Function of the Concept ‘Late Antiquity’”, Journal of Late Antiquity, 1-2, 2008, 20-30.

Walter POHL, “El concepto de etnia en los estudios de la Alta Edad Media”, in Lester K. Little e Barbara H. Rosenwein (eds.), La Edad Media a Debate, Madrid, Akal, 2003, pp. 35-49 (ed. original inglesa 1991).

Bryan WARD-PERKINS, A queda de Roma e o fim da civilização, Lisboa, Alêtheia, 2006 (ed. original inglesa 2005).


A progressiva diferenciação entre o Ocidente e o Oriente do Império Romano

12 Outubro 2017, 12:00 Ana Maria Seabra de Almeida Rodrigues

A prevalência do Oriente nos domínios da demografia e da economia:  a situação na agricultura, na indústria e no comércio. Os rumos diferenciados adoptados na organização política e social, na religião e na cultura.


Exemplo de comentário de figura “Justiniano, imperador do Oriente” (Doc3) realizado pela docente.

 

Bibliografia

Michel BALARD, Jean-Philippe Genet e Michel Rouche, A Idade Média no Ocidente, dos Bárbaros ao Renascimento, Lisboa, Publ. D. Quixote, 1994.

Louis BREHIER, Vie et Mort de Byzance, Paris, Albin Michel, 1992.

La Caída del imperio romano y la génesis de Europa, coord. Gonzalo Bravo Castañeda, Madrid, Ed. Complutense, 2001.

Alain DUCELLIER, Michel KAPLAN, Bernadette MARTIN, A Idade Média no Oriente. Bizâncio e o Islão, Lisboa, D. Quixote, 1994.

Ferdinand LOT, O fim do Mundo Antigo e o princípio da Idade Média, Lisboa, Ed. 70, 1980.